REFERÊNCIAS:
CATÁLOGO. ATTI, F. C. degli; FERRETTI, D. (Org.). Rusia, 1900-1930, L'Arte della Scenna. Milano: Galeria Electa. Moscou: Museu Bachrusín, 1990,
DICIONÁRIO. CHILVERS, I. The Concise Oxford Dictionary of Art and Artists. Edited by Ian Chilvers. Oxford: Oxford University Press, 1990. 517p., pp. 245-246 (Oxford reference)
SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989.
Golovin nasceu em Moscou: ele estudou na Escola de Pintura, Arquitetura e Escultura de Moscou e estudou pintura com Vasily Dmitrievich Polenov (1844-1927) e I. M. Prynisnikov. No início do século XX, Golovin se associou ao grupo da influente associação de artistas Mundo da Arte [Mir Iskusstva] (Moscou, 1898-1924; v.), então liderada (1910-1924) por Sergey Pavlovich Diaghilev (1872-1929), grupo do qual também participavam seus professores citados.
Golovin passou a trabalhar em conjunto com Aleksandr Nikolaevich Benua (Alexandre Benois 1870-1960) na montagem da ópera Bóris Godunov, com música de Modest Petrovich Mussorgsky (1839-1881), compositor pertencente ao dito, Grupo dos Cinco (Músicos Russos), cujas músicas foram apresentadas aos parisienses por Diaghilev através dos espetáculos de balé e ópera encenados em Paris (1907; 1908). E, posteriormente, pela Cia Teatral S. P. Diaghilev (Paris, 1909-1929).
Golovin foi o primeiro cenógrafo de O Pássaro de fogo, encenado pelos Balés Russos com música de Nicolay Andreevich Rimsky-Korsakov (1844-1908), adaptada para balé a pedido de Diaghilev por Igor Fedorovich Stravinsky (1882-1971). Michel Fokine (1881-1942), que dançou no papel do Príncipe, assessorado por sua futura esposa, a bela Vera Fokina, no papel de Tsarevna, foi responsável pela coreografia dançada por Tamara Kasarvina, como o Pássaro de Fogo. O balé foi grande sucesso, mas o exigente Diaghilev não gostou da cenografia de Golovin, tanto que, posteriormente (1926), encenou outra versão desse balé com a cenografia de Natália Gontcharova (1881-1962).(SHEAD, 1989: 37).
Golovin tornou-se destacado artista gráfico, cenógrafo e pintor das vanguardas russas: ele viveu temporada na França (1889-). Posteriormente, Golovin estudou com Jacques Émile Blanche, R. Colin e O. Merçon (Paris, 1897-). O artista tornou-se amigo dos pintores das vanguardas Impressionistas Edgar Degas (Hilaire Germain Edgar de Gás, 1862-1918), Pierre Auguste Renoir (1841-1919) e James Abbot McNeill Whistler (1834-1903), bem como dos escritores Marcel Proust (1871-1922), entre outros.
Depois que voltou a viver na Rússia, Golovin também criou cenografia teatral: ele trabalhou para o Teatro Imperial (São Petersburgo, 1899-1917).
O artista russo foi contratado para criar cenários para grandes companhias européias, como o Balé de Monte Carlo, de Ida Rubinstein; e para criar cenografia para conhecidos teatros russos como o MChAT - Teatro de Arte de Moscou (v.). Nesse teatro moscovita foi encenada com cenários de Golovin a peça de Kurt Hamsun, As Portas do Reino (1908), sob a direção de Vsevolod Emilevich Meierhold (Karl Theodor Kasimir Meiergold, 1874-1940); a ópera Don Giovanni (Mozart) e Uragano. de A. N. Ostrovsky (1910). Golovin também criou os cenários para Orfeu e Eurídice, ópera em três atos de C. W. Glück, com a primeira redação do libreto de R. de Calzabigi, e a segunda redação de P. L. Molin na tradução russa de V. P. Kolomijcov. que estreou sob a direção de V. E. Meierhold no Teatro Mariinsky (Moscou, 1911). Golovin criou vários cenários para o Teatro Bolshoi: para a ópera Don Quixote (Mincus) e para o balé O Lago dos Cisnes (Piotr I. Tchaikovsky). O artista criou, em colaboração com Konstantin Alekseevich Korovin (1861-1939), cenários para Mascarada [Maskarad], drama de Mikhail Yurievich Lermontov (1814-1841), que estreou sob a direção de V. Meierhold com música de A. Glazunov do Grupo dos Cinco Compositores Russos (v.), no Teatro Alexandrinsky (1917). As obras cenográficas de Golovin nunca traíram sua formação de arquiteto, pois sempre apresentaram completo domínio do espaço.
Como pintor, o tema predileto de Golovin foi a paisagem: ele também executou retratos de personalidades do meio artístico que frequentava. Entre esses se destacou o retrato do baixo russo Fyodor Chaliapin, no papel de Bóris, na ópera Boris Godunov, que pertence ao acervo do Museu Russo de São Petersburgo.
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