segunda-feira, 14 de maio de 2012

GLOSSÁRIO: ACADEMIA (FRANCESA) DE BELAS ARTES

[ACADÉMIE DES BEAUX-ARTS] OU ESCOLA NACIONAL SUPERIOR DE BELAS ARTES [ÉCOLE NATIONALE SUPÉRIEURE DES BEAUX ARTS] (Paris, 1664- hoje).

Apesar do predomínio do academicismo na época em que viveu o pintor francês Jean-Dominique Ingres, não foi pintor acadêmico: ele foi aluno de Jean-Louis David, na Escola Nacional Superior de Belas Artes, onde recebeu o Prêmio de Roma. Ingres influenciou o Cubismo quando expôs suas pinturas na grande mostra retrospectiva no Salão dos Independentes (Paris, 1906).(VIGNE, 1995).

Entre os artistas franceses destacados na Arte Acadêmica, podemos citar dois professores da academia francesa, a mais importante de todas,, ou seja, da dita, Escola Nacional Superior de Belas Artes [École nationale supérieure des Beaux Arts]. Os artistas Adolphe-William Bourgereau (1825-1905) e Alexandre Cabanel (1823-1889). foram importantes entre os acadêmicos, pois ambos conquistaram o cobiçado Prêmio de Roma, que levou-os a completarem sua formação com mais 5 anos de estudos na Academia da França, em Roma, o que equivalia a verdadeira pós-graduação nas artes (v. Academia da França e o Prêmio de Roma).

Na época em que poucos ousaram pintar de forma natural o nu, sempre representado na forma de alegórica, Bourgereau conquistou enorme sucesso na França e maior na América devido às suas Pinturas Naturalistas de nus femininos. O artista também pintou composições baseadas nas lendas e na mitologia clássica, além de pinturas com temas históricos, obrigatórias na formação acadêmica da época. Bourgereau também pintou murais com o quais decorou várias igrejas como as de Santa Clotilde, San Severin, Santo Agostinho, São Vicente de Paula e a Catedral de La Rochelle (Paris). O artista tornou-se associado do Instituto de Belas Artes, que comandava os salões oficiais de arte e, nesta posição, juntamente com o outro professor da academia, Alexandre Cabanel, sistematica e repetidamente rejeitou as pinturas de Edouard Manet, um entre muitos artistas avançados, hoje conhecidos como artistas de vanguarda, perseguidos pelo sistema institucional da arte.

Cabanel, que na Escola Nacional Superior de Belas Artes foi aluno de François Édouard Picot, recebeu o Prêmio de Roma jovem, aos 22 anos de idade (1845). A sua pintura mais conhecida é O Nascimento de Vênus, obra adquirida pelo Imperador Napoleão III, que também adquiriu muitas outras pinturas do artista. Essa pintura foi o grande destaque do Salão de Belas Artes (1863), no ano em que o júri recusou todas as obras dos artistas mais avançados franceses, o que resultou no famoso Salão dos Recusados (v.). No entanto, a obra da maturidade de Cabanel, que deve ser apreciada é A Morte de Francesca de Rimini e Paolo Malatesta (1870), que, como a primeira pintura citada, também pertence ao acervo do Museu d´Orsay (Paris).

A obra de Bourgereau, Zenobia encontrada por pastores as margens do Araxe (1850, óleo/ tela,147 x 113, no acervo da Escola Nacional Superior de Belas Artes, Paris), foi a pintura com a qual o artista conquistou o Prêmio de Roma. Atualmente a obra de Bougereau está sendo estudada nas universidades norte-americanas, pois ele conquistou recente reconhecimento de sua pintura devido às mostras realizadas em Nova York, Detroit e San Francisco (1974-1975); e em Paris, Montreal (Canadá) e Hartford (CO, 1984-1985).

Outro professor da Escola Nacional Superior de Belas Artes que dirigiu a mesma (1905-), foi Léon Joseph Florentin Bonnat (1833-1922). Bonnat nasceu em Bayonne, cidade para a qual doou o seu museu, mas viveu vários anos no exterior (Madri, 1846-1853). Bonnat tornou-se poliglota para benefício de muitos artistas estrangeiros, principalmente norte-americanos, que foram estudar na Belas Artes parisiense. Mestre liberal, amigo próximo de Édouard Manet, ele foi professor de toda uma geração de artistas destacados internacionalmente nas vanguardas internacionais, como o americano Thomas Eakins e os franceses Gustave Caillebotte, Georges Braque e Henri de Toulouse-Lautrec, sendo este também aluno da Academia Cormón (BREUILLE, 1991).


REFERÊNCIA SELECIONADA:

DICIONÁRIO. BREUILLE, J-P. Dictionnaire de la peinture et de sculpture: l'art du XXe siècle. Sous la direction de Jean-Philippe Breuille. Paris: Lib, Larousse, 1991. 777p.: il., retrs., pp. 87-89. (Dictionnaires specialisés).

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