FOKINE: COREÓGRAFO DOS BALLETS RUSSES.
Fokine abriu escola de balé na Dinamarca; ele passou os últimos anos de sua vida nos Estados Unidos, mas não produziu nada semelhante aos balés de sua juventude. Várias fotografias dos notáveis espetáculos vanguardistas dos Balés Russos, encontram-se reproduzidas (SHEAD, 1989); e inúmeras fotografias dos Balés Suecos encontram-se reproduzidas (HAGER, 1986).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS;
O bailarino e coreógrafo nasceu na Rússia e tornou-se e grande reformador da dança acadêmica: suas coreografias renovaram o repertório clássico, e propiciaram a formação de novo estilo em coreografias, que, desde então, Fokine utilizou nas suas apresentações de balés nos palcos parisienses. As suas performances foram constantemente reinterpretadas e reencenadas.
Fokine estudou no Teatro Maryinsky e tornou-se membro do corpo de baile (1898); posteriormente ele foi promovido a primeiro solista (1904-). No mesmo ano Fokine idealizou novo cenário para Daphnis e Chloé (Longus); e, nesse mesmo ano Isadora Duncan revelou a Fokine um de seus segredos (1904):
[…] algo tão importante na dança quanto a técnica profissional: o espírito, a emanação da pura emoção […]
Mas Fokine caiu em desgraça com o diretor do Teatro Imperial: por esta época foi apresentado à Sergey Diaghilev, o promotor dos artistas plásticos do Grupo Mundo da Arte [Mir Iskusstva] (v.), que tornou-se o maior embaixador da arte russa no ocidente. Diaghilev imediatamente contratou Fokine para sua recém fundada Cia. Teatral S. P. Diaghilev, promotora dos Balés Russos [Ballets Russes]. Fokine coreografou a sua primeira notável temporada (Paris, 1909). O grande e imediato sucesso permitiu à Diaghilev manter sua companhia ativa até o final de sua vida (1929).
Fokine casou-se com sua colega de palco, Vera Antonova, e coreografou A morte do Cisne (1907), de Saint-Saëns, que marcou indelévelmente a carreira de Ana Pavlova. Esse trecho de balé assumiu valor mais do que simbólico, pois foi repetidamente dançado por Pavlova até o final de sua carreira. Pavlova foi a única bailarina à mobilizar multidões e tornou-se conhecida como a artista dos milhões de espectadores. A diva dançou duas temporadas para os Balés Russos antes de lançar-se na sua carreira individual, de maior sucesso internacional de uma bailarina no século XX.
Os balés que Fokine coreografou para os Balés Russos foram: O Pavilhão de Armide; as Danças Polovetsianas do Príncipe Igor; As Sílfides e Cleópatra (1909). Seguiram-se Carnaval, Shéhérezade e O Pássaro de Fogo (1910); O Espectro da Rosa, Narciso e Petrushka (1911); depois O Deus Azul, Thamar, Daphnis e Chloé (1912), seguidos por Papilons, A Lenda de José e Midas. Foi reencenado com novos cenários e figurinos, a coreografia anterior de Fokine para o balé O Galo de Ouro (1914).
Ocorreu a mudança na Companhia Teatral S. P. Diaghilev, promotora dos Balés Russos, quando Nijinsky ascendeu ao posto de primeiro bailarino (1912). O novo e excepcional bailarino tornou-se, pouco à pouco, coreógrafo de seus próprios espetáculos e principal bailarino da companhia de Diaghilev, que rompeu com Fokine (1913). O artista voltou à Rússia, para logo depois aceitar o importante cargo de diretor dos Balés Reais Suecos (1913-1914). Foi à partir dos ensinamentos de Fokine ao grupo de brilhantes bailarinos suecos, e notadamente à Jean Borlin, que deu-se a formação do único grupo que dividiu os palcos parisienses com a companhia de Diaghilev: a Companhia dos Balés Suecos [Ballets Suedois] (Paris, 1920-1924). Organizada pelo empresário sueco Rolf de Maré, a nova companhia absorveu quase todos os alunos de Fokine, que dançaram por toda a Europa com temporadas anuais em Paris.
Depois que Nijinsky se afastou (1917), Fokine pediu para voltar aos Ballets Russes, e voltou. Ele se tornou amigo de Picasso, com quem trabalhou em Parada (1917). E depois, na idéia de Sergey Diaghilev de criar balé baseado na Commedia del'Arte italiana, inspirado em manuscrito do século XVIII, que contava a história de quatro polichinelos parecidos. Surgiu assim o balé Polichinelo [Pulcinella] (1919), novamente com a cenografia e figurinos de Picasso, que inspirou-se nas decorações barrocas do teatro italiano. A coreografia foi de Michel Fokine e a música foi adaptada por Igor Stravinsky (1882-1971) das partituras de antigo compositor napolitano, Giovanni Battista Pergolesi, que Diaghilev escolheu como tema do balé. No dia da estréia do balé, Diaghilev não estava satisfeito, nem com os figurinos de Picasso, nem com a adaptação musical de Stravinsky, mas o balé conheceu grande sucesso à partir da estréia (Paris, 15 maio, 1918).
Fokine abriu escola de balé na Dinamarca; ele passou os últimos anos de sua vida nos Estados Unidos, mas não produziu nada semelhante aos balés de sua juventude. Várias fotografias dos notáveis espetáculos vanguardistas dos Balés Russos, encontram-se reproduzidas (SHEAD, 1989); e inúmeras fotografias dos Balés Suecos encontram-se reproduzidas (HAGER, 1986).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS;
HAGER, B. Les Ballets Suedois. Translated by Ruth Sharman. London: Thames and Hudson, 1990. 303p.: il., algumas color., pp. 210-219, 295..
SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp. 16-17, 24, 29, 31, 32, 38, 52, 74, 94,130, 167
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