PRIMEIRA PARTE DA BIOGRAFIA DE PROKOFIEV.
Prokofiev, músico, compositor, arranjador e maestro, nasceu em Sontsovka (Ucrânia), onde seu pai administrou grande propriedade; ele faleceu em Moscou (U.R.S.S.). Prokofiev foi músico precoce: ele estudou com sua mãe. Depois, Reinhold Glière assumiu o ensino do jovem prodígio quando ele tinha apenas de onze para doze anos de idade. Na época, Prokofiev já havia composto quatro óperas, uma sinfonia e duas sonatas, além de inúmeras peças para piano.
Durante dez anos Prokofiev estudou música no Conservatório Musical (São Petersburgo, 1904-1914). Durante os primeiros cinco anos o músico concentrou-se nos estudos de Composição com os professores Nicolay Andreevich Rimsky-Korsakov (1844-1908) e Anatol Konstantinovich Lyadov (1855-1914). Nos próximos cinco anos Prokofiev estudou piano e regência: quando o compositor e pianista executou seu Concerto N. 1, ele recebeu o Grande Prêmio de Piano (1913). Na época, Prokofiev tornou-se amigo de Nicolay Myaskovsky e do crítico musical Bóris Asafiev, quando iniciou sua carreira de concertista tocando piano nos concertos das ditas, Noites de Música Moderna (São Petersburgo, 1908).
Prokofief foi arrimo de família e, por esse motivo, não foi convocado para lutar na I GM. O músico pediu permissão ao Comissariado do Povo para a Educação [NARKOMPROS], para viajar via Japão para os Estados Unidos, onde passou grande parte dos próximos anos (1918-1921). Foi nesse país que Prokofiev encontrou sua primeira esposa, a cantora lírica espanhola Lina Llubera. De volta à Europa, Prokofiev viveu na cidade de Etal (Bavária, Alemanha); e depois se instalou em Paris (1921-). Prokofiev continuou viajando e regendo orquestras, quase sempre apresentando suas próprias composições, nos países da Europa e do Leste Europeu. No entanto, o músico manteve estreitas ligações com a U.R.S.S., para onde viajou e se apresentou em três turnês (1927-1933).
Durante a I Guerra Mundial (1914-1918), os compositores russos Sergey Prokofiev e Igor Stravinsky receberam encomendas de músicas compostas para a Cia Teatral S. P. Diaghilev, promotora dos Balés Russos (Paris, 1909-1929). O balé em seis cenas com música de Sergey Prokofiev, O Bufão: Como um bufão enganou sete outros bufões [Le Choût], com libreto de A. Afanasiev voltado para a comicidade, estreou com os Balés Russos [Ballets Russes]. Os cenários e figurinos foram idealizados pelo artista destacado nas vanguardas russas, Mikhail Larionov (1881-1964), com trajes multicoloridos baseados na síntese do Cubismo, mas influenciados pelos costumes folclóricos dos camponeses russos. O próprio Prokofiev foi o regente da orquestra quando o balé estreou na curtíssima temporada de uma semana, fora do circuito sofisticado parisiense, no pequeno Teatro Gaieté-Lyrique (Paris, 17 maio, 1921). No entanto, esse espetáculo com temática divertida, não agradou ao público. O balé foi reapresentado na mesma temporada, quando dançou como bailarino principal o novato Taddeusz Slavinsky, no Teatro do Príncipe [Prince's Theatre] (Londres, 1921).(SHEAD, 1989).
A música de Prokofiev destacou-se, sendo apreciada pelo exigente Diaghilev. Prokofiev depois compôs O Bufão: Suite Sinfônica (Opus 21 b), que estreou com a regência da orquestra por F. Rulhmann (Bruxelas, 15 jan., 1924); e, anos mais tarde, foi apresentada com a Orquestra do Teatro da Rádio BBC, sob a regência do próprio compositor (Londres, 19 out., 1934)(THOMPSON, 1973).
Diaghilev encomendou outro balé a Prokofiev, mas não gostou da composição: o músico refez a obra. A versão final da música agradou ao exigente promotor do balé O Filho Pródigo (1929), foi considerada a melhor entre todas as músicas que Prokofiev compôs para os Balés Russos. Os cenários atmosféricos foram do pintor francês Georges Rouault (1871-1958). Os figurinos com perucas sofisticadas foram desenhados por Mlle. Chanel, mas realizados por Vera Sudeikina, que, anos mais tarde, depois de enviuvar de Sergei Sudeikin, tornou-se a Sra. Igor Stravinsky. A coreografia foi do russo Georges Balanchine, que posteriormente levou sua arte para a América onde realizou novas parcerias com Stravinsky, que conheceu através da Cia. Teatral S. P. Diaghilev. O balé O Filho Pródigo (1929) foi sucesso; dançou, como estrela principal, Serge Lifar. Outros papéis foram assumidos por Félia Dubroska, Anton Dolin e Woizikowsky (os amigos) e Mikhail Fedorov (o pai).
A música do balé O Passo de Aço foi publicada pela Editora Russa de Música [Ed. Russe de Musique], cujo proprietário, o músico e maestro Serge Kousseveitsky, criou a Fundação Musical Kousseveitsky, em memória de sua esposa Natalie Kousseveitsky, a quem muitas das músicas de importantes compositores do século XX foram dedicadas, como Um sobrevivente de Varsóvia (Opus 46, ago., 1947), para narrador, coro masculino e orquestra, de Arnold Schoenberg. A música O Passo de Aço: Suíte Symphonic (Opus 41b), de Sergey Prokofiev, foi composta no ano seguinte ao balé (1926). Várias fotografias do balé e uma do cenário Construtivista de Georgy Yaculov, encontram-se reproduzidas (SHEAD, 1989).
O balé O Passo de Aço participou da última temporada dos Ballets Russes de Sergey Diaghilev, realizada no Teatro Sarah Bernhardt (Paris, 21 maio, 1929). Poucos meses mais tarde Diaghilev faleceu sem deixar herdeiros para os Balés Russos, vítima de complicações do Diabetes (15 agosto, 1929; SHEAD, 1989).
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