Na primeira temporada londrina foi apresentada a espetacular Dança dos Bufões do Príncipe Igor, com a cenografia e figurinos de Nikolai Konstantinovich Roerich (1874-1947), coreografia de Michel Fokine (1881-1962), música de Aleksandr Porfirevich Borodin (1833-1887), e direção de orquestra de E. A. Kuper, sob a regência de A. A. Sanin. O primeiro bailarino foi o inglês Adolf Bolm, que deixou a platéia aturdida, tanto que celebraram sua arte com grande ovação. Nijinski dançou na noite de estréia, mas não no papel principal; Michel Fokine foi o par de Vera Fokina, na estréia de René e Armide.
O último balé da primeira noite londrina foi Cleópatra, com cenários e figurinos de Léon Bakst (1866-1924), quando Nijinski (1889-1950), dançou como par de Tamara Kasarvina; e Michel Fokine (1881-1942), como Amon, foi par de Anna Pavlova (1882-1931), como Ta-Hor. Depois da apresentação da dança, apareceu no palco a dita, Procissão de Cleópatra, quando o grupo de bailarinos carregou o sarcófago, cuja abertura o coreógrafo transformou em ato cênico espetacular.
O último balé da primeira noite londrina foi Cleópatra, com cenários e figurinos de Léon Bakst (1866-1924), quando Nijinski (1889-1950), dançou como par de Tamara Kasarvina; e Michel Fokine (1881-1942), como Amon, foi par de Anna Pavlova (1882-1931), como Ta-Hor. Depois da apresentação da dança, apareceu no palco a dita, Procissão de Cleópatra, quando o grupo de bailarinos carregou o sarcófago, cuja abertura o coreógrafo transformou em ato cênico espetacular.
A bailarina Ida Rubinstein, considerada como uma das mais belas jovens de seu tempo, foi a estrela desse espetáculo dos Ballets Russes, estreando no papel principal de Rainha do Egito, que ela desempenhou com perfeição (02 jun., 1909). Esse balé tornou-se o primeiro balé mais popular dos Balés Russos e promoveu efeito imediato na moda e na decoração parisiense, que recebeu a influência egípcia (1911).
A noite de estréia londrina terminou com o dito, Divertimento [Divertissement], que Diaghilev batizou de O Festim [Le Festin], no qual ele apresentou mistura de trechos das composições musicais de N. A. Rimsky-Korsakov (1844-1908), da apresentação incluiu a Suite Caucasiana, da ópera Ruslan e Ludmilla(e (M. I. Glinka), que o empresário russo sabia de cór, associada às músicas de Glazunov e Mussorgsky (v. o Grupo dos Cinco), incluindo o Pas de deux do Pássaro azul do balé A Bela Adormecida, de P. I. Tchaikovsky, música com arranjo (1892) de Sergei Vasilievich Rachmaninov (1873-1942), dançada pelos virtuoses Tamara Kasarvina e o jovem Nijinsky aos 20 anos de idade. A dupla também dançou com Vera Baldina o dito, Pas des trois, muito aplaudido.
Pouco antes, Diaghilev conheceu o músico e compositor Igor Fedorovich Stravinski (1882-1971), quando o empresário encomendou-lhe a nova orquestração das músicas de F. Chopin para o balé As Sílfides. Diaghilev apreciou as inovações introduzidas pelo músico russo e montou com ele grande parceria. Stravinski, gênio musical projetado na cena internacional aos 27 anos de idade, se transformou no principal compositor dos espetáculos dos Balés Russos e o mais destacado músico de vanguarda no século XX.
No século XX um dos maiores sucessos dos Balés Russos da Cia. Teatral Sergei P. Diaghilev foi o espetáculo baseado no poema sinfônico Shéhérazade, do compositor Nicolai Rimski-Korsakov, do Grupo dos Cinco (músicos russos; v.). O balé Shéhérazade estreou na segunda temporada (20 maio, 1910), com a orquestra sob a regência do maestro Nicolas Tcherepnin, com a coreografia de Michel Fokine, dançado por Vera Fokina, esposa do bailarino e coreógrafo; e com Vaslav Nijinski no seu melhor papel, do escravo dourado. A bailarina Ida Rubinstein estreou no papel principal (Zobeida), logo depois foi substituida por Tamara Kasarvina, que se transformou na principal estrela da companhia russa.
O público francês, que aguardava com impaciência o retorno dos Balés Russos, ficou aturdido com o luxo, a magnificência e a esplendorosa beleza dos cenários e figurinos de Léon Bakst. Para esse espetáculo o cenógrafo russo montou imensa tenda com luxuosos tecidos de seda com fundo verde claro e estampado floral, nas cores rosa e âmbar; e, no interior, sobre magnífico tapete Bokhara, pousavam luxuriantes almofadões coloridos, brilhantes, iluminados por lampadários de prata. A fotografia desse cenário se encontra reproduzida (SEUPHOR, 1957).
Rimski-Korsakov escreveu a tragédia e a música de Shérérazade, e Nijinski e Kasarvina trouxeram-na para a vida. O balé alcançou estrondoso sucesso, que serviu logo depois aos decoradores, aos estilistas, aos costureiros e à indústria da moda que, naquele ano, inspirou-se no tema do balé para criar a nova estética baseada no exotismo oriental que invadiu a cidade de Paris. Os guaches originais de Leon Bakst para a cenografia e figurinos desse espetáculo se encontram nos arquivos da Biblioteca da Ópera de Paris. Várias fotografias desse balé, uma de Vaslav Nijinski e outra de Tamara Kasarvina (Zobeida), bem como a reprodução de vários dos desenhos de figurinos de Bakst, se encontram publicadas (SHEAD, 1989).
Outra música de N. Rimski-Korsakov que se transformou em tema de balé, foi O Galo de Ouro [Le Coq d'Or] (1907), que estreou nos palcos parisienses com os Balés Russos (1910). Posteriormente Diaghilev re-encenou esse balé, com novos cenários da artista Natália Gontcharova (1914).
A música de N. Rimski-Korsakov foi adaptada para a ópera em três atos O Galo de Ouro, com libreto de Wladimir Bielski que estreou na temporada do TMSP (São Paulo, 21 set., 1977). Na ocasião a orquestra tinha a regência de Pedro Ignácio Calderón e atuaram Paulo Fortes (o Rei Dondon), Thereza Godoy (Rainha de Chemalchan), Edmar Ferretti (o Galo de Ouro), Mariângela Rea (Amelfa), Zacharia Marques (o Astrólogo) e Paulo Adonis (General Polkan), entre outros.
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