Período russo e parisiense, 1882-1911; 1914; 1916.
Diaghilev gostou da obra do músico e, em seguida, Stravinsky compôs a suite (21’), do balé O Pássaro de Fogo [L'Oiseau de Feu] (1911), com orquestração completa, que os Balés Russos apresentaram repetidas vezes (1911; 1914; 1916). Esse balé estreou com Vaslav Nijinski (1889-1950), como par de Tamara Kasarvina; outro par foi formado pelo bailarino e primeiro coreógrafo deste balé, Michel Fokine (1881-1942), que dançou com sua futura esposa, Vera Baldina. O primeiro cenário foi criado pelo russo Alexandre Golovine (1863-1930), mas não agradou a S. Diaghilev, que pediu que Natália Gontcharova (1881-1962), que o redesenhasse para outras apresentações (1914-). Com Gontcharova o cenário do balé se tornou verdadeiro festival de cores russas, com desenhos cenográficos baseados nos antigos bordados folclóricos das roupas das camponesas. Esse balé multicolorido encantou Paris: a música de Stravinsky foi determinante para tornar o balé bem sucedido, e alavancar a carreira do músico russo, pois, na época de sua estréia, a crítica foi-lhe inteiramente favorável. Durante o período de cinco anos (1914-1918), este balé se tornou o espetáculo de maior sucesso dos Ballets Russes.
O terceiro balé com música de Stravinski foi Pétrouchka [Petrushka, 43'], dito, balé burlesco com quatro cenas (ago., 1910; maio, 1911). O compositor revisou e produziu nova versão quando ele compôs os Três movimentos de Pétrouchka [Trois mouvements de Pétrouchka], dedicados ao pianista Artur Rubinstein e transcritos pelo compositor para piano solo (1921). O balé estreou com os Ballets Russes na temporada (13-26 maio, 1911). Stravinski dedicou o balé a seu amigo, o artista plástico e cenógrafo russo Alexandre Benois (1870-1960). Na mesma temporada o balé foi reapresentado no Teatro Châtelet, sendo a oquestra regida por Pierre Monteux (Paris, 1911). Este encantador balé trágico mostrou o drama de marionetes na pantomima que alcançou grande sucesso nas suas várias récitas. Se bem que Diaghilev pedisse desenhos cenográficos a Jacques-Émile Blanche, quem realizou os cenários e figurinos da estréia foi Alexander Benois (1870-1960), sendo o coreógrafo Michel Fokine (1881-1942). Na noite de estréia, o bailarino principal foi Vaslav Nijinski (1889-1950). No principal papel feminino (a Bailarina), Tamara Kasarvina dançou tal qual boneca mecânica. A fotografia da encantadora Kasarvina vestida como marionete, se encontra reproduzida (SHEAD, 1989: 48). Nas primeiras apresentações o bailarino russo Alexandre Orlov fez o papel do Mouro, que matou o apaixonado Pétrouchka (Nijinsky); e Enrico Cecchetti, o professor de balé de toda uma geração de grandes bailarinos europeus, inclusive do coreógrafo e bailarino húngaro Aurélio Milloss, se apresentou nos palcos parisienses aos sessenta anos de idade no papel do Mágico. Na segunda apresentação do balé fotografia de época mostrou Nijinsky, vestido com os costumes de Pétrouchka, posando ao lado de Stravinsky: a fotografia se encontra reproduzida (SHEAD, 1989: 45).
O balé Pétrouchka viajou com a companhia dos Ballets Russes: foi apresentado com Nijinski e seus principais bailarinos durante a turnê na América do Norte e Sul do grupo russo (1916). O húngaro Aurélio Milloss realizou nova versão coreográfica para Pétrouchka, que estreou várias décadas depois, na Ópera Real (Budapeste, 1933). Milloss apresentou este balé nas Óperas de Viena, Berlim e Dresden; na Ópera Real (Roma), no Teatro Scala (Milão) e no Teatro Colón (Buenos Aires). Milloss reencenou Pétrouchka, Cenas burlescas em quadros, com música de Igor Stravinsky, na nova versão coreográfica dele, com cenários e figurinos de Roberto Burle Marx. A estréia com os Ballets do IV Centenário da Cidade de São Paulo, foi na dita, Semana da Marinha, no TMRJ - Theatro Municipal (Rio de Janeiro, 07-13 dez., 1954). Os desenhos dos quatro trajes criados para o balé por Roberto Burle Marx (1953, guache e lápis sobre o papel, originais no acervo do Sítio Burle Marx - IPHAN-MINC, Rio de Janeiro), se encontram reproduzidos no livro Fantasia Brasileira (V. biografia de Burle Marx, no Blog:
http://artedafibrabrasileira.blogspot.com/)
A Sagração da Primavera [Le Sacre du Primptemps]: estréia em Paris - Londres, 1913; Nova York, 1945. Música de Igor Stravinski com coreografia de Leonid Massine foi reapresentado em Paris (1920).
Stravinsky compôs a música para o balé A Sagração da Primavera [Le Sacre du Primptemps] (dur. 34 min.), apresentado inicialmente como Cenas da Rússia pagã em duas partes (1911-1913), dedicado a seu amigo e colaborador, cenógrafo e figurinista dessa obra, Nicolay Konstantinovich Roerich (1874-1947). O balé estreou com sucesso de escândalo, sendo sua primeira récita realizada nos palcos parisienses (29 maio, 1913). Esse balé consagrou definitivamente Nijinsky, Stravinsky e os Ballets Russes de S. Diaghilev. Na récita de estréia, com a orquestra sob a regência do maestro Pierre Monteux, dançaram com a coreografia de V. Nijinski, Marie Piltz (a víirgem escolhida) e Varontsov (o Velho Sábio), no Teatro dos Campos Elíseos. Na mesma temporada o balé foi reapresentado com o mesmo regente e bailarinos no Teatro Drury Lane (Londres, 11 jul., 1913). O compositor escreveu a versão para piano a quatro mãos (1921, Éd. Russe de Musique) e revisou sua Dança Sacra [Danse Sacrale], (1943), versão publicada pelos Editores Musicais Associados [Associated Music Publishers] (Nova York, 1945).
A pedido de Sergei Diaghilev (1872-1929), Stravinsky compôs (mar. – abr., 1913), conjuntamente com Maurice Ravel (1875-1937), a nova versão da Ópera Khovanschina, do compositor russo Modest Petrovich Mussorgsky (1839-1881; v. o Grupo dos Cinco músicos russos). A nova versão estreou com o baixo Fiodor Chaliapin (1873-1938), no Théâtre des Champs Elysées (Paris, 05 jun., 1913). Na mesma temporada, a nova versão da música foi apresentada no Teatro Drury Lane (Londres, 1º de jul., 1913). O Coro Final [Final Chorus], com arranjo orquestral de Stravinsky, somente foi publicado no ano seguinte (Bessel, 1914).
O Rouxinol, Conto Lírico em três atos [Le Rossignol]; Paris-Londres, 1914. Balé O canto do rouxinol: poema sinfônico em três partes [Le Chant du Rossignol] (Morges, França, 04 abr., 1917; Genebra, 1919, Londres, 1920. Londres, 1930; 1935).
Durante os próximos quatro anos, a companhia dos Ballets Russes, viveu era de incertezas, passando por muitas dificuldades financeiras. Anos mais tarde esse balé com música de Stravinsky, foi reapresentado com a nova coreografia de George Balanchine, novos cenários de Pedro Pruna, baseados na influência da pintura de Pablo Picasso sobre a obra do jovem cenógrafo. O balé reestreou dançado pela jovem bailarina de apenas quatorze anos de idade, a inglesa que ficou conhecida como Alice Markova, aluna de Enrico Cecchetti (Londres, 1925). Posteriormente Stravinsky transformou a música no balé O canto do rouxinol: Poema sinfônico em três partes [Le Chant du Rossignol] (20 min.), apresentado em Morges (França, 04 abr., 1917). A mesma música foi reapresentada com a Orquestra da Suíça Romande, conduzida por Ernest Ansermet (Genebra, Suíça, 06 dez., 1919). No ano seguinte Le Chant du Rossignol foi reapresentado na Royal Opera House, Teatro do Covent Garden (Londres, jul.,1920), com o maestro Ernest Ansermet conduzindo a Orquestra da Rádio BBC. A música foi reapresentada no Queen's Hall (Londres, 31 jan.,1930). O balé estreou com os Ballets Russes (Paris, 1914; 1919) e foi apresentado em Londres (1914; 1925). Os cenários e figurinos da noite de estréia foram de autoria do russo Alexandre Benois (1870-1964).
Stravinsky e os Futuristas italianos (Paris, 1914; Roma, 1921).
Stravinsky se interessou pelos Concertos Ruidistas de Luigi Russolo, que ele assistiu no Coliseum Theater (Londres, 1914). Em carta endereçada a Diaghilev, Stravinsky relatou que se encontrou com F. T. Marinetti e com os músicos Futuristas Luigi Russolo e Francesco Balila Pratella (Milão, mar., 1915). No entanto, devido à entrada da Itália na I Guerra Mundial do lado oposto à França onde Stravinsky vivia na ocasião, enviabilizou qualquer possível colaboração desejada pelos músicos das vanguardas italianas. No Théâtre des Champs Elysées, Stravinsky compareceu à série de concertos de Luigi Russolo, e seu instrumento experimental patenteado (jun., 1921), o Entoarumor [Intonarumori], também chamado de Rumorharmônio. Foi Russolo quem escreveu o Manifesto: A Arte do Ruído, publicado em Milão (11 ago., 1913).
Durante o período da Primeira Guerra Mundial e devido a indicação de F. T. Marinetti (1876-1944), Giacomo Balla (1871-1958)foi convidado por Sergei Diaghilev para se tornar cenógrafo e figurinista do balé mecânico Fogos de Artifício [L’Ucello di Fuoco], Fantasia para grande orquestra, apresentada no Teatro Costanzi (Roma, 17 abr., 1917). A encencação foi apresentada com a música homônima de Igor Stravinsky (dur. 4´), e o dito,Primeiro Cenário Plástico do Futurista Balla [Primo Scenario Plastico dal Futurista Balla] conforme se encontra escrito no cartaz do espetáculo, reproduzido (ATTI, 1990), Balla estudou os efeitos das vibrações luminosas azuis, violetas, vermelho verde - as cores próprias de seu edifício de madeira e tecido - assimétricos e rítmicos, como as notas da música de Stravinski. Esta composição Abstrata com a qual ele deveria se apresentar durante menos de cinco minutos, criou sobre a estrutura cenográfica movimento de luz e sombra variado - formas fugazes, sobre a forma estática - que deveria suscitar no espectador a mesma reação estupefaciente e maravilhada da explosão animada de fogos de artifício. Um jogo de grande efeito do qual, pela primeira vez, a cenografia foi o espetáculo, onde a centralização da idéia teatral esteve concentrada em um só pensamento: na breve explosão luminosa de efeito agudo e estridente, que sublinhava e traduzia sons musicais. A eufórica aparição da força primordial do fogo - através da formalização teatral e da transfiguração do real ao abstrato. Na ocasião, a obra estreou sem bailarinos, com a música ilustrada somente com efeitos de iluminação além de outros, produzidos por várias máquinas mecânicas, tudo criação fantástica de G. Balla. Os desenhos e estudos de Balla para a cenografia dessa obra (1915-1917), se encontram no acervo da Galeria de L'Obelisco (Roma).
V. STRAVINSKY, Igor Fedorovich (1882-1971). Segunda parte.
O músico russo nasceu em Lomonosov, cidade próxima de São Petersburgo (17 jun., 1882); Stravinsky faleceu em Nova York, naturalizado norte-americano (1971). O pai de Stravinsky foi renomado músico russo: aos dez anos de idade ele foi admitido no Conservatório de São Petersburgo, onde foi aluno de Nicolay Andreevich Rimski-Korsakov (1844-1908), que pertenceu ao dito, Grupo dos Cinco (v.). Stranvinsky se revelou prodígio, e se projetou cedo, internacionalmente: aos 27 anos de idade ele compôs sua primeira música para os Balés Russos [Ballets Russes], de Sergei Diaghilev (1872-1929). À pedido do empresário russo, Stravinsky adaptou, com arranjo orquestral de sua autoria, a Valsa em C Menor, de Fréderic Chopin, que acompanhava o balé As Sílfides [Les Sylphides] (Paris, 1909).
Balé O Pássaro de Fogo [L'Oiseau de Feu]. Estréia em Paris, (1911); com nova cenografia de Natália Gontcharova (1914).
Diaghilev gostou da obra do músico e, em seguida, Stravinsky compôs a suite (21’), do balé O Pássaro de Fogo [L'Oiseau de Feu] (1911), com orquestração completa, que os Balés Russos apresentaram repetidas vezes (1911; 1914; 1916). Esse balé estreou com Vaslav Nijinski (1889-1950), como par de Tamara Kasarvina; outro par foi formado pelo bailarino e primeiro coreógrafo deste balé, Michel Fokine (1881-1942), que dançou com sua futura esposa, Vera Baldina. O primeiro cenário foi criado pelo russo Alexandre Golovine (1863-1930), mas não agradou a S. Diaghilev, que pediu que Natália Gontcharova (1881-1962), que o redesenhasse para outras apresentações (1914-). Com Gontcharova o cenário do balé se tornou verdadeiro festival de cores russas, com desenhos cenográficos baseados nos antigos bordados folclóricos das roupas das camponesas. Esse balé multicolorido encantou Paris: a música de Stravinsky foi determinante para tornar o balé bem sucedido, e alavancar a carreira do músico russo, pois, na época de sua estréia, a crítica foi-lhe inteiramente favorável. Durante o período de cinco anos (1914-1918), este balé se tornou o espetáculo de maior sucesso dos Ballets Russes.
A música de Stravinsky para O Pássaro de Fogo foi apresentada no Concerto Promenade, com a orquestra do Queen's Hall sob a regência de Sir Henry Wood (Londres, 1913); Stravinsky revisou depois sua versão (1919), que resultou no prolongamento da música (26'). A nova versão foi apresentada no concerto com a orquestra do Queen's Hall conduzida pelo maestro Edward Clark (08 abr., 1921); a música foi reapresentada com a Augmented Wireless Orquestra, conduzida pelo maestro Percy Pitt (Londres, 23 mar., 1924).
Balé Petrouchka: estréia em Paris (1911); excursão nos Estados Unidos, Rio de Janeiro, São Paulo, Montevidéu, Buenos Aires, 1916; Budapeste, Viena, Berlim, Dresden, Roma, Milão, Buenos Aires, 1933-; com os Ballets do IV Centenário da Cidade de São Paulo, no TMRJ - Theatro Municipal (Rio de Janeiro, 07-13 dez., 1954).
O terceiro balé com música de Stravinski foi Pétrouchka [Petrushka, 43'], dito, balé burlesco com quatro cenas (ago., 1910; maio, 1911). O compositor revisou e produziu nova versão quando ele compôs os Três movimentos de Pétrouchka [Trois mouvements de Pétrouchka], dedicados ao pianista Artur Rubinstein e transcritos pelo compositor para piano solo (1921). O balé estreou com os Ballets Russes na temporada (13-26 maio, 1911). Stravinski dedicou o balé a seu amigo, o artista plástico e cenógrafo russo Alexandre Benois (1870-1960). Na mesma temporada o balé foi reapresentado no Teatro Châtelet, sendo a oquestra regida por Pierre Monteux (Paris, 1911). Este encantador balé trágico mostrou o drama de marionetes na pantomima que alcançou grande sucesso nas suas várias récitas. Se bem que Diaghilev pedisse desenhos cenográficos a Jacques-Émile Blanche, quem realizou os cenários e figurinos da estréia foi Alexander Benois (1870-1960), sendo o coreógrafo Michel Fokine (1881-1942). Na noite de estréia, o bailarino principal foi Vaslav Nijinski (1889-1950). No principal papel feminino (a Bailarina), Tamara Kasarvina dançou tal qual boneca mecânica. A fotografia da encantadora Kasarvina vestida como marionete, se encontra reproduzida (SHEAD, 1989: 48). Nas primeiras apresentações o bailarino russo Alexandre Orlov fez o papel do Mouro, que matou o apaixonado Pétrouchka (Nijinsky); e Enrico Cecchetti, o professor de balé de toda uma geração de grandes bailarinos europeus, inclusive do coreógrafo e bailarino húngaro Aurélio Milloss, se apresentou nos palcos parisienses aos sessenta anos de idade no papel do Mágico. Na segunda apresentação do balé fotografia de época mostrou Nijinsky, vestido com os costumes de Pétrouchka, posando ao lado de Stravinsky: a fotografia se encontra reproduzida (SHEAD, 1989: 45).
O balé Pétrouchka viajou com a companhia dos Ballets Russes: foi apresentado com Nijinski e seus principais bailarinos durante a turnê na América do Norte e Sul do grupo russo (1916). O húngaro Aurélio Milloss realizou nova versão coreográfica para Pétrouchka, que estreou várias décadas depois, na Ópera Real (Budapeste, 1933). Milloss apresentou este balé nas Óperas de Viena, Berlim e Dresden; na Ópera Real (Roma), no Teatro Scala (Milão) e no Teatro Colón (Buenos Aires). Milloss reencenou Pétrouchka, Cenas burlescas em quadros, com música de Igor Stravinsky, na nova versão coreográfica dele, com cenários e figurinos de Roberto Burle Marx. A estréia com os Ballets do IV Centenário da Cidade de São Paulo, foi na dita, Semana da Marinha, no TMRJ - Theatro Municipal (Rio de Janeiro, 07-13 dez., 1954). Os desenhos dos quatro trajes criados para o balé por Roberto Burle Marx (1953, guache e lápis sobre o papel, originais no acervo do Sítio Burle Marx - IPHAN-MINC, Rio de Janeiro), se encontram reproduzidos no livro Fantasia Brasileira (V. biografia de Burle Marx, no Blog:
http://artedafibrabrasileira.blogspot.com/)
A Sagração da Primavera [Le Sacre du Primptemps]: estréia em Paris - Londres, 1913; Nova York, 1945. Música de Igor Stravinski com coreografia de Leonid Massine foi reapresentado em Paris (1920).
Stravinsky compôs a música para o balé A Sagração da Primavera [Le Sacre du Primptemps] (dur. 34 min.), apresentado inicialmente como Cenas da Rússia pagã em duas partes (1911-1913), dedicado a seu amigo e colaborador, cenógrafo e figurinista dessa obra, Nicolay Konstantinovich Roerich (1874-1947). O balé estreou com sucesso de escândalo, sendo sua primeira récita realizada nos palcos parisienses (29 maio, 1913). Esse balé consagrou definitivamente Nijinsky, Stravinsky e os Ballets Russes de S. Diaghilev. Na récita de estréia, com a orquestra sob a regência do maestro Pierre Monteux, dançaram com a coreografia de V. Nijinski, Marie Piltz (a víirgem escolhida) e Varontsov (o Velho Sábio), no Teatro dos Campos Elíseos. Na mesma temporada o balé foi reapresentado com o mesmo regente e bailarinos no Teatro Drury Lane (Londres, 11 jul., 1913). O compositor escreveu a versão para piano a quatro mãos (1921, Éd. Russe de Musique) e revisou sua Dança Sacra [Danse Sacrale], (1943), versão publicada pelos Editores Musicais Associados [Associated Music Publishers] (Nova York, 1945).
Ópera Khovanschina, Rússia; Paris - Londres, 1913-1914.
A pedido de Sergei Diaghilev (1872-1929), Stravinsky compôs (mar. – abr., 1913), conjuntamente com Maurice Ravel (1875-1937), a nova versão da Ópera Khovanschina, do compositor russo Modest Petrovich Mussorgsky (1839-1881; v. o Grupo dos Cinco músicos russos). A nova versão estreou com o baixo Fiodor Chaliapin (1873-1938), no Théâtre des Champs Elysées (Paris, 05 jun., 1913). Na mesma temporada, a nova versão da música foi apresentada no Teatro Drury Lane (Londres, 1º de jul., 1913). O Coro Final [Final Chorus], com arranjo orquestral de Stravinsky, somente foi publicado no ano seguinte (Bessel, 1914).
O Rouxinol, Conto Lírico em três atos [Le Rossignol]; Paris-Londres, 1914. Balé O canto do rouxinol: poema sinfônico em três partes [Le Chant du Rossignol] (Morges, França, 04 abr., 1917; Genebra, 1919, Londres, 1920. Londres, 1930; 1935).
Stravinski compôs a música dedicada a Serge Mitusov, O Rouxinol, Conto Lírico em três atos [Le Rossignol], para o balé encenado pelos Ballets Russes. O tema foi baseado no conto homônimo de Hans Christian Andersen; o balé estreou com a orquestra conduzida pelo maestro Pierre Monteux no Teatro da Ópera (Paris, 26 maio, 1914). A última récita da primeira temporada em que este balé foi apresentado ocorreu em Londres (24 jul., 1914): uma semana depois a Inglaterra se envolveu no conflito da I Guerra Mundial.
Durante os próximos quatro anos, a companhia dos Ballets Russes, viveu era de incertezas, passando por muitas dificuldades financeiras. Anos mais tarde esse balé com música de Stravinsky, foi reapresentado com a nova coreografia de George Balanchine, novos cenários de Pedro Pruna, baseados na influência da pintura de Pablo Picasso sobre a obra do jovem cenógrafo. O balé reestreou dançado pela jovem bailarina de apenas quatorze anos de idade, a inglesa que ficou conhecida como Alice Markova, aluna de Enrico Cecchetti (Londres, 1925). Posteriormente Stravinsky transformou a música no balé O canto do rouxinol: Poema sinfônico em três partes [Le Chant du Rossignol] (20 min.), apresentado em Morges (França, 04 abr., 1917). A mesma música foi reapresentada com a Orquestra da Suíça Romande, conduzida por Ernest Ansermet (Genebra, Suíça, 06 dez., 1919). No ano seguinte Le Chant du Rossignol foi reapresentado na Royal Opera House, Teatro do Covent Garden (Londres, jul.,1920), com o maestro Ernest Ansermet conduzindo a Orquestra da Rádio BBC. A música foi reapresentada no Queen's Hall (Londres, 31 jan.,1930). O balé estreou com os Ballets Russes (Paris, 1914; 1919) e foi apresentado em Londres (1914; 1925). Os cenários e figurinos da noite de estréia foram de autoria do russo Alexandre Benois (1870-1964).
Fogos de Artifício. Fantasia para grande orquestra (Paris, 1908; São Petersburgo, 1909; Londres, 1914; Roma, 1917; Manchester, 1926).
A música Feu d'Artifice (Opus 4, 4´), foi dedicada a Nádia e Maximillian Steinberg (maio – jun., 1908). A música estreou nos Concertos Siloti, com a orquestra regida pelo maestro Alexandre Siloti (São Petersburgo, 6 fev., 1909). A música foi reapresentada no Concerto das Tardes de Sábado [Saturday Afternoon Concert], com a orquestra do Queen's Hall sob a regência de Sir John Wood (Londres, 14 fev., 1914). A música foi novamente reapresentada com a orquestra Halle, sob a regência de Sir Hamilton Harty no Free Trade Hall (Manchester, UK, 6 fev., 1926).
Stravinsky e os Futuristas italianos (Paris, 1914; Roma, 1921).
Stravinsky se interessou pelos Concertos Ruidistas de Luigi Russolo, que ele assistiu no Coliseum Theater (Londres, 1914). Em carta endereçada a Diaghilev, Stravinsky relatou que se encontrou com F. T. Marinetti e com os músicos Futuristas Luigi Russolo e Francesco Balila Pratella (Milão, mar., 1915). No entanto, devido à entrada da Itália na I Guerra Mundial do lado oposto à França onde Stravinsky vivia na ocasião, enviabilizou qualquer possível colaboração desejada pelos músicos das vanguardas italianas. No Théâtre des Champs Elysées, Stravinsky compareceu à série de concertos de Luigi Russolo, e seu instrumento experimental patenteado (jun., 1921), o Entoarumor [Intonarumori], também chamado de Rumorharmônio. Foi Russolo quem escreveu o Manifesto: A Arte do Ruído, publicado em Milão (11 ago., 1913).
Durante o período da Primeira Guerra Mundial e devido a indicação de F. T. Marinetti (1876-1944), Giacomo Balla (1871-1958)foi convidado por Sergei Diaghilev para se tornar cenógrafo e figurinista do balé mecânico Fogos de Artifício [L’Ucello di Fuoco], Fantasia para grande orquestra, apresentada no Teatro Costanzi (Roma, 17 abr., 1917). A encencação foi apresentada com a música homônima de Igor Stravinsky (dur. 4´), e o dito,Primeiro Cenário Plástico do Futurista Balla [Primo Scenario Plastico dal Futurista Balla] conforme se encontra escrito no cartaz do espetáculo, reproduzido (ATTI, 1990), Balla estudou os efeitos das vibrações luminosas azuis, violetas, vermelho verde - as cores próprias de seu edifício de madeira e tecido - assimétricos e rítmicos, como as notas da música de Stravinski. Esta composição Abstrata com a qual ele deveria se apresentar durante menos de cinco minutos, criou sobre a estrutura cenográfica movimento de luz e sombra variado - formas fugazes, sobre a forma estática - que deveria suscitar no espectador a mesma reação estupefaciente e maravilhada da explosão animada de fogos de artifício. Um jogo de grande efeito do qual, pela primeira vez, a cenografia foi o espetáculo, onde a centralização da idéia teatral esteve concentrada em um só pensamento: na breve explosão luminosa de efeito agudo e estridente, que sublinhava e traduzia sons musicais. A eufórica aparição da força primordial do fogo - através da formalização teatral e da transfiguração do real ao abstrato. Na ocasião, a obra estreou sem bailarinos, com a música ilustrada somente com efeitos de iluminação além de outros, produzidos por várias máquinas mecânicas, tudo criação fantástica de G. Balla. Os desenhos e estudos de Balla para a cenografia dessa obra (1915-1917), se encontram no acervo da Galeria de L'Obelisco (Roma).
V. STRAVINSKY, Igor Fedorovich (1882-1971). Segunda parte.
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