GLOSSÁRIO: ARTE NOVA (INTERNACIONAL) [ART NOUVEAU] (Munique, c. 1894-1904; Viena, c. 1895-1905; Paris e Nancy, na França, c. 1898-1918).
A estética que surgiu com o dito, grupo do Estilo Jovem [Jugendstill] (v.), em Munique e Viena, recebeu o nome de Art Nouveau [Arte Nova], na França e na Bélgica; em Portugal a sua tradução foi Arte Nova; na Inglaterra foi chamada de Estilo Moderno [Modern Style] ou Estilo Liberdade [Liberty]. Esse estilo, no qual predominou a estética decorativista baseada na estilização de formas da natureza, fez um sucesso enorme na Europa, e, principalmente na França.
Pouco antes do final do século XIX, ocorreu o movimento artístico posteriormente denominado de Neo-Impressionismo (França) ou Pós-Impressionismo (Inglaterra). Na França se destacaram as obras de Paul Signac (1863-1935), Georges Seurat (1859-1891) e Henri-Edmond Cross (1856-1910). Esses artistas buscaram o Divisionismo da pincelada, quando cores primárias e secundárias colocadas lado a lado em pequenos pontos, somente se fundiam no olho do espectador. As pinturas no novo estilo apareceram inicialmente no Salão de Outono (Paris, 1884): no mesmo ano os artistas franceses liderados por Cross, organizaram a Sociedade dos Artistas Independentes. Os artistas citados mostraram suas obras Pontilhistas, na exposição do Grupo dos XX [Les XX](Bruxelas, 1895), pinturas de V. van Gogh, Paul Cézanne, Henri de Toulouse- Lautrec e Paul Gauguin, juntamente com obras de alguns destacados artistas belgas que expunham permanentemente nesse grupo como Jan Toroop (1858-1928) e Henri van de Velde (1863-1957).
No estilo Art Nouveau foram produzidas cerâmicas esmaltadas, grandes vasos e pedestais, colunas, esculturas de bichos estilizados tais como sapos, cobras e lagartos, vasos de vidro soprado e decorados com formas naturais esculpidas, esculturas, painéis, e vitrais.
Muitos foram os objetos de adorno pessoal, como jóias originais em materiais e pedras preciosas: um dos expoentes na produção de jóias e objetos de vidro, cristal, como candelabros, apliques e mesmo esculturas de cristal com formas animais para a ornamentação de carros de luxo foi o francês René Jules Lalique (1860-1945), cuja obra é reconhecida como exemplo de gosto refinado. A empresa que ele fundou permanece aberta até hoje e é responsável pelo projeto e produção de muitos vidros originais de cristal, que embalam os requintados perfumes franceses. Lalique criou vasos de cristal, jóias, candelabros, relógios com a caixa em cristal, e, no final de sua vida, ornamentos de cristal iluminado com formas de animais, destinados a carros de alto luxo. Na década de 1930, ele também se destacou no estilo da Arte Decorativa, mais conhecido como Arte Decô: ele decorou com paredes e colunas de cristal o grande salão do navio de luxo SS Normandie. O estilo Art Decô foi lançado posteriormente ao Art Nouveau, pela Exposição Internacional (Paris, 1925; v.).
O estilo da Arte Nova também inaugurou uma nova estética nas Artes Gráficas. Um dos grandes promotores desse estilo voltado para a pintura decorativista mural, foi Pierre Puvis de Chavannes: no seu estúdio parisiense trabalhou o ítalo-brasileiro Eliseu Visconti, quando ele executou os murais que, até hoje, se encontram instalados no Theatro Municipal, inclusive a pintura da imensa abóbada interna do salão principal, obras recentemente restaurada (Rio de Janeiro, 2009). Foram muitos os artistas que colaboraram com a estética muito bem sucedida do Art Nouveau francês: podemos citar Henri de Toulouse-Lautrec, Caran d´Ache e Frédéric Steinlen, na ilustração; Pierre Roche, nos objetos decorativos de metal; entre outros como Cherét, Friant, Hector Guimard e os decoradores Sue e André Maré, Victor Prouvé e Sellier.
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