BIOGRAFIA: PROKOFIEV, Sergey Sergeevich (1891-1953).
Prokofiev, músico, compositor, arranjador e maestro, nasceu em Sontsovka (Ucrânia), onde seu pai foi administrador de grande propriedade; ele faleceu em Moscou (U.R.S.S.). Prokofiev foi músico precoce: ele estudou com sua mãe. Depois Reinhold Glière assumiu o ensino do jovem prodígio quando ele tinha apenas de onze para doze anos de idade. Na época, Prokofiev havia composto quatro óperas, uma sinfonia e duas sonatas, além de inúmeras peças para piano. Durante dez anos Prokofiev estudou música no Conservatório Musical (São Petersburgo, 1904-1914). Durante os primeiros cinco anos o músico concentrou-se nos estudos de Composição com os professores Nicolay Andreevich Rimsky-Korsakov (1844-1908) e Anatol Konstantinovich Lyadov (1855-1914). Nos próximos cinco anos Prokofiev estudou piano e regência: quando o compositor e pianista excutou seu Concerto N. 1, ele recebeu o Grande Prêmio de Piano (1913). Na época, Prokofiev tornou-se amigo de Nicolay Miaskovsky e do crítico musical Bóris Asafiev; ele iniciou sua carreira de concertista tocando piano nos concertos das ditas, Noites de Música Moderna (São Petersburgo, 1908).
Durante a I Guerra Mundial (1914-1918), os compositores russos Sergey Prokofiev e Igor Stravinsky (1872-1981) receberam encomendas de músicas da Cia Teatral S. P. Diaghilev, promotora dos Balés Russos (Paris, 1909-1929). Na época, os profissionais da companhia de dança haviam debandado, mas reagruparam-se no final do ano seguinte, quando Dhiaghilev recebeu de volta suas grandes estrelas do balé, como Tamara Kasarvina, Lydia Sokolova (Hilda Munnings) e Nicolas Kremnev. (1915). Na ocasião foram contratados e começaram a dançar para os Balés Russos futuras estrelas: os bailarinos Léon Woizikowsky e Stanislas Idzikowsky. Nesse período do conflito Diaghilev reagrupou sua companhia no território neutro da Suíça (Lausanne, 1914-1915).
Prokofief foi arrimo de família e, por esse motivo, não foi convocado para lutar na I GM. O músico pediu permissão ao Comissariado do Povo para a Educação [NARKOMPROS], quando viajou via Japão para os Estados Unidos, onde passou grande parte dos próximos anos (1918-1921). Foi nesse país que Prokofiev encontrou sua primeira esposa, a cantora lírica espanhola Lina Llubera. De volta à Europa, Prokofiev viveu na cidade de Etal (Bavária, Alemanha); e depois se instalou em Paris (1921-). Prokofiev continuou viajando e regendo orquestras, quase sempre apresentando suas próprias composições em países da Europa e do Leste Europeu. No entanto, o músico manteve estreitas ligações com a U.R.S.S., para onde viajou e se apresentou em três turnês (1927-1933).
Prokofief foi arrimo de família e, por esse motivo, não foi convocado para lutar na I GM. O músico pediu permissão ao Comissariado do Povo para a Educação [NARKOMPROS], quando viajou via Japão para os Estados Unidos, onde passou grande parte dos próximos anos (1918-1921). Foi nesse país que Prokofiev encontrou sua primeira esposa, a cantora lírica espanhola Lina Llubera. De volta à Europa, Prokofiev viveu na cidade de Etal (Bavária, Alemanha); e depois se instalou em Paris (1921-). Prokofiev continuou viajando e regendo orquestras, quase sempre apresentando suas próprias composições em países da Europa e do Leste Europeu. No entanto, o músico manteve estreitas ligações com a U.R.S.S., para onde viajou e se apresentou em três turnês (1927-1933).
O balé em seis cenas de Sergey Prokofiev, O Bufão: Como um bufão enganou sete outros bufões, estreou com os Balés Russos [Ballets Russes], sendo que o próprio Prokofiev foi o regente da orquestra (Paris, 1921). Na mesma temporada esse balé foi reapresentado no Teatro do Príncipe [Prince's Theatre], quando dançou como bailarino principal o novato Taddeuz Slavinski. Os cenários e figurinos foram idealizados pelo artista destacado nas vanguardas russas, Mikhail Larionov (1881-1964), com trajes multicoloridos baseados na síntese do Cubismo, mas influenciados pelos costumes folclóricos dos camponeses russos. O balé estreou na curtíssima temporada de uma semana, fora do circuito sofisticado parisiense, no pequeno Teatro Gaieté-Lyrique, (17 maio, 1921). A encenação do balé O Bufão [Le Choût], com libreto de A. Afanasiev voltado para a comicidade, espetáculo de temática divertida não agradou ao público parisiense. A música de Prokofiev destacou-se, apreciada pelo exigente Diaghilev. Prokofiev depois compôs O Bufão: Suite Sinfônica (Opus 21 b), que estreou com a regência da orquestra por F. Rulhmann (Bruxelas, 15 jan., 1924); e, anos mais tarde, foi apresentada com a Orquestra do Teatro da Rádio BBC, sob a regência do próprio compositor (Londres, 19 out., 1934).
Diaghilev, que rejeitou a composição musical do primeiro balé de Prokofiev, Alla e Lolli, encomendou ao compositor a música para outro balé, O Passo de Aço [Le Pas d'Acier] (1927). A temática desse balé em duas cenas foi a glorificação do novo modo de vida soviético, com cenários e figurinos do artista Construtivista russo Georgy Bogdanovich Yaculov (1884-1928). O apelo desse balé não foi nada fácil para as audiências parisienses, abastadas e afastadas da problemática do proletariado soviético que a obra destacava. A coreografia foi de Léonid Massine (1894-1973) e o balé estreou com a orquestra sob a regência do maestro Roger Desormière. As primeiras cenas mostraram a vida atarefada do dia a dia da nova U.R.S.S., quando os bailarinos mostraram os agora empobrecidos aristocratas da velha Rússia. O balé suscitou inúmeras críticas contrárias, mas a audiência não sabia que os verdadeiros anos de chumbo do regime soviético estavam ainda por vir.
Na época, Diaghilev havia recebido algumas ofertas tentadoras do novo regime soviético que o empresário levou muito a sério. O balé, no qual os bailarinos apresentaram-se dançando calçados com botas de couro de cano alto ou com os pés descalços, foi verdadeiro desafio para a coreografia de Massine. O figurino de Iaculov privilegiou novos materiais sintéticos e industriais, utilizando matérias-primas transparentes e rígidas, que, aliadas aos novos tecidos sintéticos enfatizaram o tema socialista. As moças e os jovens carregaram marretas imensas, significando a valorização trabalho braçal. As estrelas do balé foram Félia Dubrowska, que dançou com Lubov Tchernicheva e Alice Nikitina; Léonid Massine, bailarino e coreógrafo, foi o par de Alexandra Danilova, e Serge Lifar dançou no papel principal masculine. Várias fotografias posadas dos bailarinos e do cenário Construtivista de G. Yaculov encontram-se reproduzidas (SHEAD, 1989).
Diaghilev encomendou outro balé a Prokofiev, mas não gostou da composição: o músico refez a obra. A versão final da música agradou ao exigente promotor do balé O Filho Pródigo (1929), foi considerada a melhor entre todas as músicas que Prokofiev compôs para os Balés Russos. Os cenários atmosféricos foram do pintor francês Georges Rouault (1871-1958). O cenário da cena I encontra-se reproduzido (SHEAD, (1989). Esse foi o único cenário de balé realizado por Rouault para os Balés Russos; foi difícil conseguir a reprodução exata dos desenhos, realizados para o palco pelo príncipe Aleksandr Konstantinovich Schervashidze (Chachba, 1867-1968). Os trajes com perucas sofisticadas foram desenhados por Mlle. Chanel, mas realizados por Vera Sudeikina, que, anos mais tarde, depois de enviuvar de Sergey Sudeikin, tornou-se a Sra. Igor Stravinsky. A coreografia foi a primeira do russo Georges Balanchine para os Balés Russos, que depois levou sua arte para a América, onde realizou novas parcerias com Stravinsky que conheceu através da Cia. Teatral de S. P. Diaghilev.
O balé foi sucesso; dançou, como estrela principal no papel do filho pródigo, Serge Lifar. Outros papéis foram assumidos por Félia Dubroska, Anton Dolin e Woizikowsky (os amigos) e Mikhail Fedorov (o pai). O balé participou da última temporada dos Ballets Russes de Sergei Diaghilev, realizada no Teatro Sarah Bernhardt (Paris, 21 maio, 1929).
Poucos meses mais tarde Diaghilev faleceu sem deixar herdeiros para os Balés Russos, vítima de complicações do Diabetes (15 agosto, 1929). Depois que a Cia. Teatral S. P. Diaghilev encerrou suas atividades, outros balés foram realizados com a música de Prokofiev, como Sobre o Borysthène: Poema coreográfico em duas cenas (Opus 51, 1930). O cenário foi de autoria de Serge Lifar, sendo o balé dedicado à memória de S. Diaghilev, estreando com a orquestra sob a regência de Philippe Gaubert, com coreografia de Lifar, cenografia e trajes de Natália Gontcharova e Mikhail Larionov. Os espetáculos foram apresentados no Teatro da Ópera (Paris, 16 dez., 1932). A música foi publicada pelas Edições Russas de Música, com redução para piano por S. Prokofiev. O músico compôs Sobre o Borysthène: Sinfonia (Opus 51 b), que estreou com a orquestra sob a regência do próprio compositor (Paris, 1934).
Tairov (1885-1950) baseada em Alexandre Pushkin, William Shakespeare e George Bernard Shaw. Essa peça foi apresentada sob a direção do autor, no Teatro de Câmera (Moscou, 1933). No ano seguinte, Prokofiev compôs as Noites do Egito: Suite Sinfônica (1934). No mesmo ano o músico compôs para o GOSKINO, Tenente Kije, Música Para Pequena Orquestra Sinfônica, destinada ao filme homônimo (Leningrado, 1933). O mesmo tema foi depois utilizado para compôr a música Tenente Kije: Suite para Orquestra Sinfônica (Opus 60), baseada na música tema do filme citado (1934). Prokoviev apresentou essa música em três ocasiões: na estréia em Moscou (1934); com a Orquestra Lamoureux (Paris, 1937); com balé no Teatro Cambridge (Londres, 1942). A música foi igualmente apresentada com a Orquestra Sinfônica sob a regência do maestro Anatole Fistoulari no Festival Russo (Londres).
Prokofiev voltou a viver na U.R.S.S. (1933-), mas continuou viajando freqüentemente à Europa; em meados da década de 1930, Prokofiev tornou-se, por curto período, professor de Composição (Moscou). Logo depois o maestro e compositor pôde concentrar-se apenas nas suas composições: Prokoviev compôs Noites do Egito, música incidental para a peça de Alexandre Iakolevich
O balé em quatro atos e dez cenas Romeu e Julieta (Opus 64, 1935-1936), estreou com cenário de S. Radlov, A. Piotrovski, L. Lavrovsky e S. Prokofiev (Brno, Polônia, dez., 1938), apresentado com a orquestra sob a regência do maestro I. Sherman, quando Galina Ulanova foi Julieta, K Sergeiev foi Romeu, A. Locopov foi Mercutio, R. Gerbek foi Tibalt, E. Biber foi a enfermeira e L. Shavrov Páris, nesse balé encenado no Teatro da Ópera e Balé Kirov (11 jan., 1940).
O balé em quatro atos e dez cenas Romeu e Julieta (Opus 64, 1935-1936), estreou com cenário de S. Radlov, A. Piotrovski, L. Lavrovsky e S. Prokofiev (Brno, Polônia, dez., 1938), apresentado com a orquestra sob a regência do maestro I. Sherman, quando Galina Ulanova foi Julieta, K Sergeiev foi Romeu, A. Locopov foi Mercutio, R. Gerbek foi Tibalt, E. Biber foi a enfermeira e L. Shavrov Páris, nesse balé encenado no Teatro da Ópera e Balé Kirov (11 jan., 1940).
Prokofiev compôs Romeu e Julieta: Suite Sinfônica N. 1 (Opus 64 b), que estreou com a orquestra sob a regência de George Sebástian no Teatro Bolshoi (Moscou, 27 nov., 1936). No ano seguinte a obra foi apresentada com a Orquestra Sinfônica sob a regência do compositor (Chicago, E. U. A., 21 jan., 1937); e com a Orquestra Filarmonia, sob a regência de Sir Eugene Goossens (Londres, 15 jan., 1954). Prokofiev compôs Romeu e Julieta: Suite Sinfônica N. 2 (Opus 64 c), apresentada com a regência do próprio compositor (Leningrado, 15 abril, 1937). No ano seguinte a obra foi apresentada com a Orquestra Sinfônica da Rádio BBC, sob a regência de Sir Adrian Boult (Londres, 1938). Novamente Prokofiev abordou o mesmo tema, baseado em William Shakespeare, Romeu e Julieta, dez peças para piano (Opus 75, 1937); e Hamlet (Opus 77), música incidental para a peça encenada por S. Radov, que estreou em Leningrado (15 maio 1938; música impublicada).
Prokofiev compôs a Lenda Sinfônica Pedro e o Lobo para narrador e orquestra (Opus 67),que ele apresentou com a Orquestra Filarmônica de Moscou, sendo o narrador T. Bobrova e o regente da orquestra o próprio compositor, na estréia, no Concerto Infantil do Conservatório (2 maio, 1936). Dois anos depois o maestro Leopold Stokovsky regeu a mesma música com a Orquestra Sinfônica de Boston (25 mar., 1938); a obra foi apresentada com a Orquestra Sinfônica Sidney Beer, conduzida pelo maestro Sidney Beer, no Teatro Savoy (Londres, jan., 1941).
Prokofiev compôs música para o filme A Rainha de Espadas (Opus 70, 1936); e, no mesmo ano, a música incidental para o drama de Pushkin, Bóris Godunov (Opus 70 b), além de outra música incidental para outro drama de Pushkin, Euguene Oneguin (Opus 71, 1936). Em seguida, Prokofiev compôs a Abertura Russa para orquestra (Opus 72), apresentada com a orquestra sob a regência do maestro Eugen Szenkar (Moscou, 29 out., 1936). Anos mais tarde a música foi reapresentada com a Orquestra do Teatro da Rádio BBC sob a regência de Walter Goehr (Londres, 20 jun., 1948).
Depois de compôr Três Romances: canções para voz e piano baseadas em A. Pushkin, Prokofiev compôs a Cantata Comemorativa do 20o aniversário da Revolução Russa (Opus 74) em dez partes para orquestra sinfônica, banda de metais, orquestra de acordeons, percussão e dois coros, com texto produzido à partir de escritos originais de Lênin, Marx e Stalin (impublicada, 1936-1937).
No período próximo da II GM, Prokofiev foi viver no Kazaquistão, região do Cáucaso próxima aos Montes Urais, onde estavam localizados os grandes estúdios estatais do cinema soviético. Na ocasião, o maestro compôs música para vários filmes, como Alexandre Nevsky, dirigido por Sergey Eisenstein para a MOSFILM (1938). Prokofiev compôs vinte e uma canções para meio-soprano, coro e orquestra. O filme Alexander Nevsky foi obra colaborativa de Eisenstein e Prokofiev: logo que o diretor acabava de filmar cenas destacadas, entregava esse material para que o compositor se inspirasse e escrevesse a música. Em seguida, o músico discutia sua obra com Eisenstein, que oferecia-lhe sugestões e críticas: algumas vezes o cineasta ajustou o filme à música, respeitando os cortes rítmicos de trechos compostos por Prokofiev. O filme estreou com grande sucesso (1 dez., 1938).
Prokofiev compôs as Três Canções de Alexandre Nevsky para voz e piano (Opus 78 b): 1. Levantem-se homens da Rússia!; 2. Escutem a nós, falcões iluminados!; 3. No rio Neva. Para coro masculino ou dueto, foram publicadas pela Edição Estatal de Música (1939). Essa música de Prokofiev versou sobre um dos mais lendários heróis da Rússia medieval, o Grão Duque Aleksander (1220-1263), que ganhou seu nome Nevsky depois da grandiosa vitória às margens do rio Neva sobre a armada sueca invasora (1240). O Duque conseguiu defender a Rússia dos invasores teutônicos, c. de dois anos depois, na batalha no gelo do lago Chud. o que inspirou Prokofiev a compor logo em seguida sua Cantata, inteiramente baseada na partitura composta para o filme. Esta música, com palavras de V. Lugovsky e S. Prokofiev, apresentou sete movimentos: 1. A Rússia sob o jugo mongol; 2. Canção de Alexander Nevsky; 3. Os Cruzados no Pskov; 4. Levantem-se, Homens da Rússia! ; A batalha no gelo; 6. Campo dos mortos; 7. A entrada de Aleksander no Pskov. A Cantata estreou com a meio-soprano V. D. Gagarina, com a Orquestra e o Coro Filarmônico sob a regência de S. Prokofiev (Moscou, 17 de maio, 1939). A música foi publicada pela Edição Estatal de Música (Moscou, 1939). Posteriormente, essa música de S. Prokofiev foi reproduzida para a versão inglesa do filme Alexandre Nevsky, estrelado por Robert Donat (Nevsky), eom a música apresentada com o Coro e Orquestra do Teatro da Rádio BBC, sob a regência de Sir Adrian Bout (Londres, 8 dez., 1948).
A Cantata Alexander Nevsky, de S. Prokofiev, foi apresentada com a Orquestra Sinfônicav o Coral Lírico de Minas Gerais, sendo regente convidado o Maestro Emilio de César, tendo como solista Vânia Soares, como maestro do coro Eliane Fagioli, com leitura visual de cenas do filme Alexandre Nevsky dirigido por Sergei Eisenstein (1938), apresentada por Éder Santos, sendo diretor de cena Raul Belém Machado, com o projeto de luz de Jorge Luiz, a coordenação do projeto de José Zuba Júnior e Vera Nardelli Campos da Fundação Clóvis Salgado sob a presidência do músico Eduardo Guimarães Álvares. A Cantata estreou no Palácio das Artes (Belo Horizonte, 11 e 12 abr., 1995).
Logo no início da década de 1940 Prokofiev divorciou-se de sua primeira esposa e casou-se com Mira Mendelson, que passou a sua colaboradora. O compositor produziu as Sete Canções Para As Massas, para voz e piano (Opus 79, 1939); a seguir o músico compos Um Brinde para Stalin, Cantata para coro e orquestra (Opus 85), baseada em textos folclóricos, que foi apresentada com a orquestra sob a regência do maestro N. S. Golovanov (Moscou, 21 dez., 1939).
Prokofiev apresentou e gravou a Sonata para Piano N. 6, em Lá Maior (Moscou, 8 abril, 1940); e a Semyon Kotko: Suite Sinfônica (Opus 81b), apresentada em Moscou (23 jun., 1940); seguiu-se a Sonata para Piano N. 7, em Si Sustenido Maior (1939-1942) e a Sonata para Piano N. 8 em Si Sustenido Maior (Opus 84; 1939-1944).
Prokofiev compôs [La Duenna] (Opus 86), a ópera lírica, mas cômica em quatro atos e nove cenas, com libreto do próprio compositor baseado em peça de Sheridan, com versos de Mira Mendelson (Leningrado, 3 nov., 1946). Para a mesma ópera o músico compôs a Suite Noites de Verão e a Dança das Máscaras.
Prokofiev compôs o balé em três atos Cinderella (Opus 87; 1940-1944), apresentado com cenários de N. D. Volkov, no Teatro Bolshoi (Moscou, 21 nov., 1945). Na ocasião apresentaram-se Galina Ulanova (Cinderela) e M. Gabovich (o Príncipe); o mesmo balé foi reapresentado com o Royal Ballet, quando Moira Shearer foi a Cinderela no Teatro Covent Garden (Londres, 23 dez., 1948). Prokofiev compôs Cinderela: Suite N. 1 (Opus 107), apresentada com o maestro A. Stasevich (Moscou, 12 nov., 1946); e com a orquestra do Teatro da Rádio BBC, sob a regência do maestro Walter Goerhr (Londres, 14 mar., 1947); e, com a Orquestra Filarmônica de Liverpool sob a regência de Hugo Rignold (1948). Prokofiev compôs Cinderela: Suite N. 2 (Opus 108; 1946); e Cinderela: Suite N. 3 (Opus 109), sendo que a última foi apresentada na Rádio de Moscou, com a orquestra sob a regência de A. Stasevich. (3 set., 1947). Finalmente Prokofiev compôs a música para o balé em quatro atos A Flor de Pedra (Opus 118), com o libreto baseado em história de P. Bazhov (1948-1950). Este balé que recebeu cenário de L. Lavrovsky e Mira Mendelson-Prokofieva, foi apresentado com a orquestra do Teatro Bolshoi, sob a regência do maestro Y. Fayer e, na ocasião, dançaram Galina Ulanova (Katerina), V. Preobrazhensky (Danila), N. Chorokhova (amante da Montanha de Cobre). A música foi publicada pela Edição Estatal de Música e o arranjo com redução para piano foi de A. Verdenikov.
Prokofiev compôs a música em duas partes para o último filme (censurado), de Sergey Eisenstein para a MOSFILM: Ivan, o Terrível (Opus 116): Parte 1: 1942-1943; e Parte 2: 1945. A música (impublicada), para meio-soprano e orquestra, com 29 trechos, foi apresentada para o filme com a orquestra sob a regência do maestro A. Stasevitch. Como no filme anterior, Prokofiev compôs Ivan o Terrível: Oratório, para narrador, solista e orquestra, com texto de S. M. Eisenstein e texto das canções por V. Lugovsky, que o maestro Stasevich completou (1961). A obra foi publicada com texto em inglês, sendo que o texto das canções foram traduzidos por Herbert Marshall, aluno de S.M. Eisenstein na Rússia, que voltou ao Ocidente (v. biografia de Sergey Eisenstein).
Desde o final da II GM, Prokofiev foi viver na vila de Zvenigorod, distante c. de 40 Km de Moscou (1946-); o músico sofreu queda ocasional, que acarretou-lhe concussão craniana e, devido a este acidente, sua saúde sofreu danos. Poucos anos depois, Prokofiev faleceu de hemorragia cerebral (1953). O músico compos melodias e obras conjuntas com grandes figuras das artes e dos balés de sua época; Prokofiev selecionou as Valsas de Shubert, adaptadas na Suite para piano (1918); o balé O Passo de Aço, que recebeu cenários seus em parceria com Georgy Yaculov; o balé O Filho Pródigo, com libreto e cenários de Bóris Kochno (1928); a Sinfonietta em Lá Maior (Opus 48), que Prokofiev dedicou ao músico e maestro Nicholas Tcherepnin (1930); o Balé Coreográfico Sobre o Borysthene, com cenários seus e de Serge Lifar (1930); as Noites do Egito, peça de Aleksandr Tairov baseada em Alexandre Pushkin, William Shakespeare e George Shaw (1933); o balé Romeu e Julieta", baseado em W. Shakespeare (1935-1936); as Duas Valsas de Pushkin (Opus 120) para orquestra (1949); a ópera Guerra e Paz, baseada no livro homônimo de Léon Tolstoi (1941-1952); o balé A Flor de Pedra, baseado em P. Bazhov (1948-1950), interagindo com compositores, dramatistas, libretistas e cineastas de seu próprio tempo, bem como de outros.
Prokofiev foi músico que compôs uma obra original de raíz russa, e criou obras ímpares abordando grandes temas clássicos, como Madalena (1911-1913); O Anjo de Fogo (1922-1925); as citadas Guerra e Paz (1941-1942) e Romeu e Julieta; A História de um Homem Autêntico (1947). O músico deixou obra de grande variedade, desde os seus cáusticos Sarcasmos para piano (1912); Suite Escita (1914); sete balés, sete sinfonias, sendo que a primeira Prokofiev compôs cedo (1916); nove sonatas para piano, seis sonatas para outros instrumentos, dois quartetos de cordas (1930; 1941); cinco concertos para piano, sendo um para a mão esquerda (1911-1932); oito óperas, além de numerosas suites, cantatas, oratórios, música para teatro e cinema, entre destacadas melodias em todos os gêneros musicais.
Quando vários membros das vanguardas russas como Vsevolod Meyerhold e Sergey Eisenstein caíram em desgraça com autoridades do governo de seu país, Prokofiev foi acusado dos vícios do Formalismo e Modernismo (sic), na resolução do Comitê Central do Partido Comunista (10 fev., 1948). O músico faleceu no mesmo dia que Ióssif Stalin (março, 1953); somente depois - durante o período da desestalinização - a memória e a obra de Sergey Prokofiev foram oficialmente reconhecidos e restaurados pelo PC de seu país (1958).
REFERÊNCIAS SELECIONADAS:
CAMPOS, V. N. Prokofiev/ Eisenstein: integração som e imagem. Fundação Clóvis Salgado apresenta Alexander Nevsky. Cantata de Serguei Prokofiev. Orquestra Sinfônica de Minas Gerais. Coral Lírico de Minas Gerais. Belo Horizonte: Palácio das Artes, 11 e 12 de abril, 1995.
THOMPSON, K. A Dictionary of Twentieth-Century Composers1911-1971. London: Farber & Farber, 1973. 666p. 16,5 x24,5 cm, pp. 386, 388, 389, 390.
DICIONÁRIO.
DUFOURCQ, N. (Org.); ALAIN, O.; ANDRAL, M.: BAINES, A.; BIRKNER, G.; BRIDGMAN, N.; Mme. de CHAMBURE; CHARNASSÉ, H.; CORBIN, S.; AZEVEDO, L. H. C. de; DESAUTELS, A.; DEVOTO, D.; DUFOURQ, N.; FERCHAULT, G.: GAGNEPAIN, B.; GAUTHIER, A.; GÉRARD, Y. HALBREICH, H.; HELFFER, M.; HODEIR, A.; ROSTILAV, M.; HOFMANN, Z.; MACHABEY, A.; MARCEL-DUBOIS, C.; MILLIOT, S.; MONICHON, P.; RAUGEL, F.; RICCI, J.; ROUBERT, F.; ROSTAND, C.; ROUGET, G.; SANVOISIN, M.; SARTORI, C. SHILOAH, A.; STRICKER, R.: TOURTE, R.; TRAN VAN KHÊ, A. V., VERLET, C. VERNILLAT, F.; WIRSTA, A.; ZENATTI, A. La Música: Los Hombres, Los Instrumentos, Las Obras. Barcelona: Planeta, 1976, pp. 276-278.
SHEAD, R. Ballets Russes. Secaucus, New Jersey: Quarto Book, Wellfleet Press, 1989. 192p.: Il,.algumas color., 25 x 33 cm, pp. 80-81, 111, 113, 119, 154, 170-171.
LISTAGEM. Temporadas Líricas do Teatro Municipal de São Paulo. São Paulo: Museu do Teatro Municipal de São Paulo, set. 1976-dez., 2000.
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