ESCOLA DE PARIS NO BRASIL (Paris, 1900-1940; São Paulo, 1924; Recife - Rio de Janeiro – São Paulo; Rio de Janeiro, 1985).
A assim denominada Escola de Paris, foi formada por artistas estrangeiros que vieram morar em Paris, desde o início do século XX, atraidos pelas diversas instituições dedicadas ao ensino da Arte Moderna. Logo chegou Pablo Picasso (1904): todas as suas obras figurativas desse período estão associadas à dita, Escola de Paris, excluindo a sua fase Cubista. Outros artistas classificados nessa denominação genérica foram Jules Pascin (1905), Amedeo Modigliani (1906), Moise Kisling; e Marc Chagall (1910-1914), antes de empreeender sua temporada prolongada de volta à Rússia (1914-1922). Outros foram Pinchus Krémegene, Mikhail Kikoine e o lituano Chaim Soutine (1912); logo depois chegou o japonês Leonardo Foujita.A maioria desses artistas plásticos se associou ao grupo de intelectuais formado com os poetas Blaise Cendrars, Max Jacob, que volteavam em torno de Picasso.
Os artistas, poetas e pintores viveram a primeira fase de grandes dificuldades economicas. Picasso morou no estúdio decrépito que Max Jacob chamou de Barco Lavoir, devido a sua construção de madeira lembrar um barco (v. o Grupo do Barco Lavoir). Nesse local foi promovido o banquete em homenagem a Henri, Le Douanier Rousseau (1908), com o comparecimento de Guillaume Apollinaire, Marie Laurencin, Max Jacob e toda a intelectualidade parisiense.
Foi viver em Paris outro grupo de artistas estrangeiros, composto principalmente por artistas que emigraram da URSS, fugindo do endurecimento do regime russo por Ióssif Stalin; foram eles Konstantin Terentchcovitch (1920), André Lanskoy e Serge Charchoune (1921). E Ivan Punin, que passou a chamar-se Jean Pougny (1923); chegaram Serge Poliakoff e Philippe Massiason (1924); Joseph Presmane (1926). Muitos outros artistas estrangeiros especialmente do leste europeu chegaram à cidade-luz e, no final da década de 20 participaram do Surrealismo: eles não se inscrevem na Escola de Paris, e sim no Grupo (Internacional) do Surrealismo.
Outros emigraram posteriormente, depois da II Guera Mundial: de origem portuguesa, vinda de sua temporada prolongada no Brasil, Maria Helena Vieira da Silva e seu marido húngaro, Arpad Szenes. Oriundos de várias localidades chegaram para vencer em Paris, vindo da Bélgica, Georges Vantongerloo; e da Holanda, Geer e Bram van de Velde, e da Alemanha Hans Hartung. De vários países chegaram Victor Vasarely, Nicholas de Stäel, Karel Appel, Asger Jorn, Mário Prassinos, Riopelle e Pierre Alechinsky.
Foi Vicente do Rêgo Monteiro, brasileiro que viveu décadas em Paris, quem organizou a primeira mostra oficial da Escola de Paris apresentada no Brasil, itinerante a Recife, Rio de Janeiro e São Paulo. As primeiras obras de artistas franceses em exposição no Brasil foram as que participaram da mostra pioneira realizada no local anexo ao da palestra proferida pelo poeta francês Blaise Cendrars, pertencentes às coleções particulares das ricas elites paulistas (São Paulo, 1924). Outra significativa mostra da Escola de Paris, que publicou catálogo ilustrado, ocorreu no MAM (Rio de Janeiro, 1985).
REFERÊNCIA SELECIONADA:
CATÁLOGO. A Escola de Paris. Rio de Janeiro: MAM - SAM/ Sociedade dos Amigos dos Museus (ed.), s/d, c. 1985.
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