quarta-feira, 16 de maio de 2012

DÉCIMA SEXTA PARTE DA HISTÓRIA DOS BALÉS RUSSOS

[BALLETS RUSSES], DA CIA. TEATRAL SERGEI PAVLOVICH DIAGHILEV (Paris, 1909-1929). DESDOBRAMENTOS: EUROPA E AMÉRICA, 1930-1945.
Devido a partida de Sergey Diaghilev, se encerraram os memoráveis espetáculos dos Balés Russos, que mudaram para sempre a coreografia, a cenografia, os figurinos e a estética da dança no século XX (v. posteriormente a cronologia integrada dos espetáculos dos Ballets Russes com outras performances apresentadas nos palcos internacionais, a ser publicada).

Bóris Kochno e Serge Lifar tentaram juntos levar adiante os Balés Russos [Ballets Russes], mas eram jovens, inexperientes, não tinham a fôrça das poderosas relações de Diaghilev com a nobreza russa e as ricas elites parisienses e londrinas: não deu certo. Lifar foi convidado e assumiu o Balé da Ópera de Paris, onde ele passou os próximos vinte e cinco anos de sua vida construindo companhia sólida, atuante e bem sucedida.

Kochno e George Balanchine tentaram organizar os Balés do Teatro dos Campos Elísios [Ballets du Théâtre des Champs Elysées], sob a direção do Coronel de Basil, antigo militar do exército cossaco. Para a nova companhia Kochno montou o balé Carnê de Baile [Cotillon] (1932). A primeira grande produção para o Teatro dos Campos Elísios estreou com música de Emmanuel Chabrier, coreografia de Georges Balanchine e cenários e figurinos de Christian Bérard. No entanto, o contrato anual de Balanchine com a companhia não foi renovado e Léonid Massine substituiu-o na coreografia do balé Jogos Infantís [Jeux d'Enfants], que ele tinha coreografado anteriormente, com a música adaptada de ópera de Georges Bizet, com novos cenários e figurinos de Joan Miró. A fotografia da bailarina Irina Baronova posando com Léon Woizikovski em Jogos [Jeux] (Paris, 1932), se encontra reproduzida (SHEAD, 1989: 180).

Balanchine foi absorvido pelos Balés de Monte Carlo, que deixou para participar de novo desdobramento, quando foram fundados Os Balés [Les Ballets] (Paris, 1933-1934), companhia patrocinada pelo rico anglo-americano Edward James, marido de Misia Godbeska (Sert, v. biografia). Para a nova companhia foram criados seis novos espetáculos, todos coreografados por Balanchine. As músicas para os novos balés foram compostas por Darius Milhaud, Henri Sauguet e Kurt Weill, apresentados com notáveis cenários e figurinos de Christian Bérard e Pavel Tchelitchev, artistas pertencentes ao Grupo (Parisiense) dos Neo-Humanistas (v. Glossário). Bóris Kochno participou dessa nova companhia, a mais próxima do ponto de vista estético e artístico dos verdadeiros Balés Russos [Ballets Russes], de S. Diaghilev.

Depois de bem sucedida temporada londrina que durou quatro meses, os novos balés foram levados por Sol Hurok para temporada de grande sucesso nos Estados Unidos, a primeira dos muitos triunfos dessa nova companhia, que, pouco depois se desdobrou, para formar os ditos, (Novos) Balés Russos [Ballets Russes], e os Balés Russos de Monte Carlo [Ballets Russes de Monte Carlo]. A última companhia citada se radicou definitivamente nos Estados Unidos. Após várias apresentações, o norte-americano Lincoln Kirstein convenceu George Balanchine a se instalar definitivamente nos Estados Unidos, em Nova York, o que permitiu o nascimento da Escola do Balé Americano [School of American Ballet], associada sucessivamente ao Balé Americano [American Ballet], ao Balé Caravana [Ballet Caravan], à Sociedade do Balé [Ballet Society] e, finalmente, ao Balé da Cidade de Nova York [New York City Ballet], todos carregando no cerne a estética das vanguardas russas, implantada pelo gênio de Sergey Diaghilev, influência que, até hoje, perdura na Arte da Dança Internacional.

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