terça-feira, 15 de maio de 2012

GLOSSÁRIO: GRUPO (INTERNACIONAL) DA


SOCIEDADE DOS VINTE [SOCIÉTÉ LES XX] (Bruxelas, Bélgica, 1894-1897). Destaques: Octave MAUS e Ferdinand KNOPF.  
O advogado Octave Maus foi quem organizou as mostras do grupo que, no final do século XIX, inseriu a Bélgica como centro importante na história das vanguardas artísticas européias. No momento de grande progresso no país, o Grupo dos XX foi influente na vida cultural belga, pois promoveu concertos de música clássica, palestras de intelectuais como Émile Verhaeren e Catule Mendès, além de mostra internacional anual de artes plásticas. A alta sociedade belga abriu as portas para as vanguardas européias, principalmente as francesas.

A dita,Sociedade dos XX publicou a revista A Arte Moderna [L´Art Moderne], que se transformou em importante orgão de divulgação, não só do grupo de artistas belgas, mas da arte das vanguardas européias em geral. A crítica de arte da publicação foi exercida por expoentes intelectuais da época, como Octave Mirbeau, Félix Fénéon, Jóris-Carl Huysmans e Émile Verhaeren. A revista publicou inúmeros artigos dos Simbolistas europeus: de Villiers de l'Isle Adam, Catulle Mendés, Stephane Mallarmé, Gustave Kahn e Paul Verlaine, entre outros.

Os mais destacados artistas plásticos, e escritores belgas e franceses, se reuniram para patrocinar as primeiras mostras da Sociedade dos XX. A associação foi patrocinada por 20 membros, entre esses Charles Baudelaire (1964-1966), Edmond Piccard (1836-1924), Willy Finch (1854-1930), Théo van Rysselberghe (1862-1926), Ferdinand Knopf (1858-1951) e Félicien Rops (1823-1941), entre outros. Para a primeira mostra foram enviados convites para os artistas belgas James Ensor, Henry de Groux, Ferdinand Khnopff, Théo van Rysselberghe, Jan Toroop e Henri van de Velde, entre outros.

A importante mostra anual do Grupo dos XX passou a convidar artistas emergentes europeus para expôrem suas obras na mostra belga, coincidentemente a partir do último ano da realização das mostras dos Impressionistas franceses (Paris, 1885). Para a primeira mostra belga foram convidados artistas renomados europeus, como o americano que nasceu na Rússia, James McNeill Whistler e o escultor francês Auguste Rodin (1884). Pinturas dos Impressionistas franceses Claude Monet e Pierre Auguste Renoir participaram da segunda mostra (1886). No ano seguinte expuseram obras outros artistas da mesma escola como Berthe Morisot, Camille Pissarro e, pela primeira vez, o expoente pontilhista, posteriormente nomeado como Pós-Impressionista, Georges Seurat (1887). Na mostra seguinte o desenhista do movimento, Henri de Toulouse-Lautrec e o Pontilhista emergente Paul Signac (1888).

Os belgas convidaram Paul Cézanne e o dito, Príncipe dos sonhos Odilon Redon, novamente Pierre Renoir e os Pós-Impressionistas Signac e Seurat, o Impressionista Alfred Sisley, novamente Henri de Toulouse-Lautrec; e, finalmente, Vincent van Gogh, que, pela primeira vez, pode expôr dois de seus quadros internacionalmente (1889). Novamente convidado na mostra seguinte, V. van Gogh enviou dez pinturas (1890).

No ano seguinte ao da morte do artista a mostra anual do Grupo dos XX promoveu a primeira retrospectiva da obra de Vincent van Gogh, (1891). No mesmo ano o grupo expôs obras de Paul Gauguin, Camille Pissarro e Georges Seurat. Na mostra seguinte o salão expôs obras de Mary Cassat, Maurice Denis, novamente pinturas de Henri de Toulouse-Lautrec. Foi organizada a retrospectiva póstuma de Georges Seurat (1892). O Grupo dos XX encerrou as atividades logo depois dessa mostra, sendo substituído pelo Grupo da Estética Livre [La Libre Esthétique], que não alcançou o mesmo sucesso, nem o prestígio do primeiro grupo. Devido à sua divulgação internacional recebida pela participação nos XX, o Pontilhismo francês formou o ramo belga com o Grupo (Francês) do Néo-Impressionismo de Saint-Clair.

Dois importantes museus internacionais, o Museu d’Orsay (Paris) e o Museu de Belas Artes de San Francisco [The Fine Arts Museum of San Francisco], organizaram duas importantes mostras, conjuntas e consecutivas. A primeira, Nascimento do Impressionismo: obras-primas do Museu d’Orsay [Birth of Impressionism: Masterpieces from the Musée d’Orsay]; e, a segunda, Além do Pós-Impressionismo: obras-primas do Museu d’Orsay [Beyond: Post-Impressionism: Masterpieces from the Musée d’Orsay], destacando obras que estiveram em exposição no Museu Young (San Francisco, CA, maio, 2010 - jan., 2011). Cada exposição apresentou aproximadamente 100 pinturas do acervo do Museu d’Orsay, verdadeiras obras-primas de c. de 40 mestres Impressionistas e Pós-Impressionistas, inclusive de Cézanne, Degas, Gauguin, Manet, Monet, Pissarro, Renoir, Rousseau, Seurat, Sisley, Toulouse-Lautrec, Vincent van Gogh e Vuillard (Art Knowledge News).

REFERÊNCIAS;

HUNTER, S. Henri de Toulouse-Lautrec 1864-1901.

HUISMANN, P; DORTU, M. G. Lautrec pour Lautrec. Barcelona: Ed. Blume, 1965. 1992.

INTERNET. Art Knowledge News - Keeping You in Touch with the World of Art... #

PERDRILLAT, M. Seurat.

 
New York: Sam Hunter, Harry N. Abrams, 1953. (The Pocket Library of Great Art).The de Young Museum and Musée d'Orsay Announce Two Impressionist Exhibitions to Debut in San Francisco.Genève: Skira, 1990. Disponível: "Art News" <signups@artknowledgenews.com>.Acesso: 22 jan., 2011.

BOCOLA, S. The art of modernism: Art Culture and Society from Goya to the Present Day. Translated by Catherine Shelbert & Nicholas Levin. Edimburgh: Fiona Elliot. Munchen: Prestel, 1999.

BONFANTI-WARREN, A. The Musée D'Orsay. New York: Barnes and Noble, 2000. 320p., il., color. 25,5 x 36,5 cm.

BOUDIN, E. Eugène Boudin 1824-1898. Honfleur: Anthèse, Musée Eugène Boudin, 1992. 253p.: il. color.

CLAY, J. Modern Art, 1890-1918. London: Octopus, 1978. 320p., il.

FRÉCHES, C.; FRÉCHES, J. Toulouse-Lautrec: les lumiéres de la nuit. Paris: Gallimard, 1993. 176p.: il. color. (Découvertes Gallimard, v. 132).

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