terça-feira, 15 de maio de 2012

GLOSSÁRIO: GRUPO (INTERNACIONAL) DA PONTE

[DIE BRÜCKE] (Dresden, 1905-1910; Berlim, 1910-1913). Destaques: HECKELL, Eric, Ernst Ludwig KIRCHNER, Max PECHSTEIN e Karl SCHMIDT-ROTTLUF.


A mostra itinerante da Secessão Berlinense (1905), foi visitada pelos estudantes de Arquitetura Ernst Ludwig Kirchner, Max Pechstein, e Erich Heckell. Outro artista que se associou ao grupo foi Karl Schmidt, que passou a usar no sobrenome o nome da cidade onde nasceu, Rottluff. O colega suíço Fritz Bleyl se associou ao grupo, além de outros artistas, como o também suíço Cuno Amiet (1906) e o vanguardista finlandês Axel Gallen-Kallela (1907). Além dos citados participaram Ernst Barlach, Max Beckmann, Alfred Kubin, Oskar Kokoschka, Bohemil Kubista, Otto Mueller e Emil Nolde.

O grupo, que recebeu o nome de A Ponte, foi influenciado pelas obras de Paul Gauguin, que, juntamente com as de Vincent van Gogh estavam participando de inúmeras mostras na Alemanha. Essas influências determinaram que o grupo resgatasse técnicas primitivas manuais, como a Xilogravura (gravura em madeira), utilizada por E-L.Kirchner, que criou nessa técnica o cartaz anunciando a primeira mostra do Grupo da Ponte (1906). O manifesto do grupo também foi gravado por Ernst Ludwig Kirchner (1906-), e, posteriormente influenciou o formato do manifesto do Grupo Fluxo (Nova York, 1961).

Os artistas do Grupo da Ponte passavam muito tempo ao ar livre, passeando e pintando nas localidades de Moritzburg, Dangast e nas ilhas Fehman. Das viagens resultaram muitas obras com nus e banhistas, pintadas à beira de lagos. Kirchner foi apaixonado pela obra do gravador Albrecht Dürer e visitou com frequência mostra das antigas gravuras alemãs no Museu de Etnografia (Dresden). Foi o mesmo artista quem trouxe para o grupo a influencia da Arte Negra, primitiva e africana, que logo no início do século XX permeou a cultura francesa e, posteriormente, a européia.

O Grupo da Ponte conseguiu adesões de artistas de várias nacionalidades como o renomado dinamarquês Emil Nolde, que permaneceu no grupo apenas um ano (1906-1907); do tcheco Bohumil Kubista, bem como dos austríacos Egon Shiele e Oskar Kokoschka. O suíço Fritz Bleyl, um dos fundadores do Grupo da Ponte, afastou-se (1909). Participaram de várias mostras anuais obras de muitos artistas alemães como Ernst Barlach, Otto Müller, Alfred Kubin, bem como dos artistas citados anteriormente desde a primeira formação da Ponte: em Leipzig (1905); Hagen (1906); Dresden (1906; 1907; 1908), sendo que a última publicou catálogo; e da mostra em Oldenburg (1908). Quando um dos associados ao grupo, Max Pechstein, foi viver em Berlim (1908), todo o grupo seguiu-o.

Ocorreu a segunda fase da vida dos artistas do Grupo da Ponte, que se associaram à Secessão Berlinense: no entanto, suas obras foram recusadas na mostra anual da associação de artistas (1910). Os novos associados protestaram e se retiraram em massa da associação. Os dissidentes fundaram a Nova Secessão Berlinense (1910-1913).

Artistas do Grupo da Ponte foram convidados e participaram da mostra organizada pelo Grupo da Federação Moderna, liderado por Paul Klee em Weggis, na Suíça, realizada na Kunsthaus (Zurique, 07-31 jul., 1912). Participaram da mostra obras de artistas franceses convidados como as de Henri Le Faucconier, e Robert Delaunay, além de obras do Grupo do Cavaleiro Azul [Blaue Reiter]. Quando Kirchner publicou não autorizada Crônica da Ponte [Chronik der Brücke], o fato provocou a dispersão dos associados (1913).

Mostra antológica do Grupo da Ponte foi apresentada no Museu Groninger (Groningen, Alemanha, 13 dez., 2010 - abril, 2011). Organizada no Museu da Ponte (Berlim), expôs 150 obras, incluindo desenhos, gravuras e pinturas de autoria de expoentes do Grupo da Ponte: Ernst Ludwig Kirchner, Erich Heckel, Karl Schmidt-Rottluff, Fritz Bleyl, Max Pechstein, Emil Nolde, Cuno Amiet e Otto Mueller, entre outros.


REFERÊNCIAS SELECIONADAS:

CATÁLOGO. FEHLEMANN, S; BIRTHÄLMER, A., MÜLLER, B. (Biogr.). Expressionismo Alemão: destaques da Coleção do Museu von Der Heydt. Wuppertal: Ministério das Relações Exteriores da Alemanha. Rio de Janeiro: Paço Imperial. São Paulo: Museu Lasar Segall, 2000, p. 96.
DICIONÁRIO. SCHMIED, W.; WITFORD, F.; ZOLLNER, F. The Prestel Dictionary of Art and Artists in the 20th century. Munich London - New York: Prestel, 2000. 383p.: il., p. 50.

FEHLEMANN, S. La Peinture Expressioniste Allemande.  Apud GABARSKY, S. La peinture expressioniste allemande. Stuttgart: Cantz Verlag, 1987, pp. 93-94, 202.

FEHLEMANN, S. Sur l'oeuvre d'Alexei von Jawlensky. Stuttgart: Herscher Cantz Verlag, 1987, pp. 89-95. Groninger Museum opens Major Exhibition of German Expressionism.
Disponível: "Art News" <signups@artknowledgenews.com>.Acesso: 12 jan., 2011.

PARET, P..The Berlin Secession. Cambridge: University Press, 1980, p. 34.

SCHAMALENBACH, W.; GRASSKAMP, W. (Biogr.). German Art of the 20th Century: painting and sculpture 1905-1985. Translated by John Ormond. Munich - Düsseldorf: Prestel, 1987, p. 486.
 
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