O artista John Heartfield (Helmut Franz Joseph Herzefeld, 1891-1968), tornou-se amigo próximo de George Grosz (1893-1959), que também mudou o seu nome (anteriormente, Georg Gross); eles formaram o cerne do movimento Dadaísta berlinense. Os artistas associados ao Dadaísmo Berlinense, como grande parte dos intelectuais alemães desta época, filiaram-se ao recém-fundado PC/ Partido Comunista (1918-), e, dez anos depois filiaram-se ao Grupo da Associação Alemã dos Artistas Proletários e Revolucionários [ASSO] (v.), ramificação da frente cultural do PC (Dresden, 1928-1933). Nessa cidade, Rudolf Schliter, fundador Grupo Alemão RIH (v.), conheceu George Grosz e se associou ao Dadaísmo Berlinense, do qual participou Raoul Haussmann (1886-1971), Hannah Höch (1889-1978), Johannes Baader (1875-1956), Johannes Theodor Baargeld (1895-1927), Erwin Blumenfeld (18xx-19xx), Richard Huselsenbeck (1892-1974), Rudolf Schliter (1890-1955), Otto Schmalhauser (Dadá Diplomático), Paul Citröen, Viking Eggeling, Wieland Herzfeld (1896-1988), e Tom Herzfeld, irmãos de John Heartfield (1891-1968), proprietários da Editora Malik [Malik-Verlag] (v.), bem como os escritores e editores Walter Mehring (1896-), Walter Serner (1889-1943), Franz Jung (1888-1963); e Artur Segal, entre outros. Este grupo, que asociou-se informalmente, voltou-se para a publicação de revistas panfletárias, Ainda se encontrava em formação c. de dois anos antes da eclosão do Dadaísmo berlinense.
Desde o lançamento do primeiro Manifesto, de autoria de Richard Huelsenbeck (jan., 1918), emergindo diretamente do movimento Dadaísta do Cabaré Voltaire, lançado em Zurique (1916-), os artistas citados tornaram-se ativos participantes do movimento Dadaísta alemão (1918-1920). Heartfield, bem como outros artistas do grupo, aderiu ao recém-fundado PC/ Partido Comunista (1918), logo após a deposição dos Hohenzolern e a ascensão do Partido Social Democrata ao poder (SPD). Esta fase da política alemã ficou marcada nestes tempos conturbados, devido a derrota do país na Primeira Guerra Mundial. Foram lançados inúmeros Manifestos Dadaístas, em Berlim (v., Manifestos).
As obras do grupo participaram da 1a Feira Internacional DADÁ [I Internationale DADA Messe], organizada por Raoul Hausmann com George Grosz e John Heartfield, realizada na Galeria Otto Burchard, conhecida como a Galeria Dadá (Berlim, 1920). Schliter, juntamente com Heartfield, foram os autores da obra O arcanjo prussiano, quando os artistas vestiram manequim inflável com o uniforme das forças especiais alemãs (SS) e colocaram no mesmo máscara de cabeça de porco. A escultura inflada pairou no teto da galeria, conforme mostra a fotografia da inauguração da exposição que se encontra reproduzida (GIBSON, 1991). O evento gerou processo judicial para os artistas, condenados a pagar multa (maio, 1921); mas o dono da galeria permaneceu alguns meses preso. O incidente encerrou o Dadaísmo berlinense, mas não foi o final das inúmeras publicações, na maioria associadas ao movimento (v. Revistas Alemãs: Dadaístas & Outras; v. Revistas Dadaístas Publicadas Internacionalmente; e Editora Malik).
Sergei Eisenstein, que lançou seu manifesto A montagem das atrações (Moscou, 1918), voltado para o teatro, ficou com suas montagens cinematográficas associadas ao Dadaísmo de George Grosz, que ele citou nominalmente (1923) e as Fotomontagens (v. no GLOSSÁRIO: Técnicas na Arte: Fotomontagem) de Heartfield. Desde que realizou-se a Exposição Internacional de Arte Russa, na Galeria Van Diemenn (Berlim, 1922), a cultura das vanguardas soviéticas tornou-se intrínsecamente associada ao movimento cultural Dadaísta berlinense.
REFERÊNCIAS SELECIONADAS: v. acima.
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