Um dos agregados ao Grupo dos Nabis (v.), foi o ator e diretor teatral Aurélien Marie Lugné (1869-1940), colega dos principais artistas das vanguardas parisienses que estudaram no renomado Liceu Condorcet. Lugné, depois que adotou no sobrenome o complemento do sobrenome do admirável escritor norte-americano Edgar Allan Poe, tornou-se Lugné-Poe, divulgador do trabalho de Paul Serusier, Pierre Bonnard, Albert Mockel, Stuart Merrill, Charles Morice e Adolphe Retté, que levaram-no à frequentar o Teatro de Arte de Paul Fort. Pouco tempo depois, Lugné-Poe fundou com o escritor e crítico de arte Camille Mauclair o Teatro da Obra [Théâtre de L`Oeuvre].
A história desse teatro pode ser dividida em duas fases: na primeira, dita, Simbolista (1893-1899), foram encenadas importantes peças teatrais, principalmente as obras do norueguês Henrik Ibsen, como Romersholm; Um inimigo do povo (nov. 1893); Solness, o Construtor (abr., 1894); O pequeno Eyolf (maio, 1895); Brand (jun, 1895); Os Sustentáculos da Sociedade [Les Soutiens de la Société] (jun., 1896); Peer Gynt (nov., 1896) e Jean-Gabriel Borkman (nov., 1897). Ibsen ficou conhecido como escritor de dramas, associado ao ápice do sucesso do movimento do Simbolismo (v.). Ainda na primeira fase podemos incluir a representação da peça Ubu-Roi [Ubu Rei], de Alfred Jarry, influente sobre as vanguardas francesas (1895). Na segunda fase (1900-1930) Lugné-Poe encenou obras do belga Maurice de Maeterlinck, entre autores escandinavos como B. Bjornson, Hermann Bang e August Strindberg; ele também encenou peças de outros autores internacionais, ingleses como William Shakespeare e Oscar Wilde; italianos como Gabrielle D'Annunzio; russos como Nicolai Gógol e Anton Tchekov; e alemães como Gerhardt Hauptmann Crommelynck, entre outros.
Lugné-Poe casou (1898) com Suzanne Després (1875-1951), que se transformou em comediante de prestígio internacional; ela debutou no Théâtre de L´Oeuvre (jan., 1895). A atriz se destacou também nos papéis dramáticos nas peças de H. Ibsen, entre outras. A artista representou grande apoio para Lugné-Poe, que admitiu a influência de sua força, sobretudo no Teatro da Obra, que, logo no início da década de trinta, fechou definitivamente as portas.
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